Câncer de mama: saiba quais são os subtipos de tumores

Oncologistas explicam que o câncer de mama pode ser dividido em quatro subtipos. Tratamento depende da identificação do tipo de tumor

atualizado 25/08/2023 19:43

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Ilustração colorida mostra mulher com a fita típica do câncer de mama e cercada de plantas e flores - Metrópoles Getty Images

Gramado (RS) – Depois dos tumores de pele, o câncer de mama é o que mais acomete pessoas no mundo. Para evitá-lo, é fundamental tratar a doença de forma eficiente — o caminho escolhido para o combate depende diretamente do subtipo da doença.

O câncer de mama tem quatro sobrenomes, dependendo da forma como reage à exposição aos hormônios femininos. Alguns deles se alimentam da progesterona e do estrogênio, mas outros, não. Os que crescem com este contato são os chamados tumores luminais: eles são divididos em A e B e correspondem a cerca de 70% dos casos. Os outros dois tipos têm origens variadas, incluindo até comorbidades.

A oncologista Maria Cristina Figueroa, do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), de Curitiba (PR), aponta que essas divisões são importantes para definir o tratamento.

“O câncer de mama é um conjunto de doenças, é um nome que tem vários sobrenomes. É como pensar no arroz: existe o branco, o integral, o preto. São todos tipos de arroz, mas eles têm sabores diferentes e cozinham de forma diferente. O tumor é o mesmo, mas é preciso entender com qual especificamente estamos lidando para pensar em como tratar”, explica.

Veja os tipos de câncer de mama:

Luminal A – É um dos tipos de tumores que se alimenta dos hormônios, mas tem uma progressão mais lenta. Maria Cristina compara o impacto destes tumores a um gato: agressivo, mas de pouca ameaça à vida por progredir lentamente. “Geralmente identificamos estes tipos de tumores em idosas. Quem os tem até chega a se acostumar com sua presença pela progressão mais lenta”, aponta.

Luminal B – A oncologista explica que este também é um tipo de tumor hormonal, mas o relaciona a um leão. Ele progride de forma rápida, tem alta taxa de replicação, e corresponde à maioria dos casos que exigem cirurgias rápidas, já que os tumores luminais acabam respondendo melhor quando são completamente retirados antes de seguir com outras terapias.

HER2 – É um dos tipos de tumor que não se alimenta de hormônios. Ele cresce a partir de uma proteína chamada HER2, que envolve as células da mama. A melhor forma de tratamento costuma ser a quimioterapia, mesmo nos casos de câncer com tamanho grande.

Triplo negativo – É o tipo de tumor que não é nem luminal, nem HER2. Corresponde a cerca de 10% dos diagnósticos e não se sabe exatamente como surge: em muitos casos, pode ter origem genética e geralmente aparece em mulheres jovens. Em geral, o triplo negativo é muito invasivo e tem opções mais limitadas de tratamento.

Além dos tipos de tumor, claro, pesam no tratamento outros fatores como a idade do paciente, seu perfil clínico e o estágio em que a doença foi descoberta. Para a mastologista Maira Caleffi, chefe do Núcleo de Mama do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), não descobrir o sobrenome do câncer é um dos principais gargalos para o tratamento no Brasil.

“Saber o subtipo de tumor é básico para tratar o paciente e precisamos entender seu perfil genômico para isso. Não adianta aplicar o mesmo tratamento a todas as pessoas, não é algo padronizável. A gente precisa de informações básicas e essa é uma das principais”, afirma Maira.

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Câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células da mama causando tumor. Apesar de acometer, principalmente, mulheres, a enfermidade também pode ser diagnosticada em homens

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados cedo, apresentam bom prognóstico

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Não há uma causa específica para a doença. Contudo, fatores ambientais, genéticos, hormonais e comportamentais podem aumentar o risco de desenvolvimento da enfermidade. Além disso, o risco aumenta com a idade, sendo comum em pessoas com mais de 50 anos

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Apesar de haver chances reais de cura se diagnosticado precocemente, o câncer de mama é desafiador. Muitas vezes, leva a força, os cabelos, os seios, a autoestima e, em alguns casos, a vida. Segundo o Inca, a enfermidade é responsável pelo maior número de óbitos por câncer na população feminina brasileira

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Os principais sinais da doença são o aparecimento de caroços ou nódulos endurecidos e geralmente indolores. Além desses, alteração na característica da pele ou do bico dos seios, saída espontânea de líquido de um dos mamilos, nódulos no pescoço ou na região das axilas e pele da mama vermelha ou parecida com casca de laranja são outros sintomas

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O famoso autoexame é extremamente importante na identificação precoce da doença. No entanto, para fazê-lo corretamente é importante realizar a avaliação em três momentos diferentes: em frente ao espelho, em pé e deitada

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Faça o autoexame. Em frente ao espelho, tire toda a roupa e observe os seios com os braços caídos. Em seguida, levante os braços e verifique as mamas. Por fim, coloque as mãos apoiadas na bacia, fazendo pressão para observar se existe alguma alteração na superfície dos seios

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A palpação de pé deve ser feita durante o banho com o corpo molhado e as mãos ensaboadas. Para isso, levante o braço esquerdo, colocando a mão atrás da cabeça. Em seguida, apalpe cuidadosamente a mama esquerda com a mão direita. Repita os passos no seio direito

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A palpação deve ser feita com os dedos da mão juntos e esticados, em movimentos circulares em toda a mama e de cima para baixo. Depois da palpação, deve-se também pressionar os mamilos suavemente para observar se existe a saída de qualquer líquido

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Por fim, deitada, coloque a mão esquerda na nuca. Em seguida, com a mão direita, apalpe o seio esquerdo verificando toda a região. Esses passos devem ser repetidos no seio direito para terminar a avaliação das duas mamas

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Mulheres após os 20 anos que tenham casos de câncer na família ou com mais de 40 anos sem casos de câncer na família devem realizar o autoexame da mama para prevenir e diagnosticar precocemente a doença

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O autoexame também pode ser feito por homens, que apesar da atipicidade, podem sofrer com esse tipo de câncer, apresentando sintomas semelhantes

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De acordo com especialistas, diante da suspeita da doença, é importante procurar um médico para dar início a exames oficiais, como a mamografia e análises laboratoriais, capazes de apontar a presença da enfermidade

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É importante saber que a presença de pequenos nódulos na mama não indica, necessariamente, que um câncer está se desenvolvendo. No entanto, se esse nódulo for aumentando ao longo do tempo ou se causar outros sintomas, pode indicar malignidade e, por isso, deve ser investigado por um médico

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O tratamento do câncer de mama dependerá da extensão da doença e das características do tumor. Contudo, pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica

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Os resultados, porém, são melhores quando a doença é diagnosticada no início. No caso de ter se espalhado para outros órgãos (metástases), o tratamento buscará prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida do paciente

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Como é feita essa identificação?

O tipo de câncer é identificado por um exame chamado imunohistoquímica. Durante o 2º Encontro da Academia para Mídia e Pacientes em Informação e Ciência, realizado em Gramado (RS) nessa quinta-feira (24/8), houve uma forte defesa dos oncologistas para que o exame seja sempre feito em conjunto com a biópsia do tumor.

A biópsia é realizada com uma amostra retirada do tumor para avaliar se ele é benigno ou maligno, por exemplo. A imunohistoquímica é feita depois desse teste, apontando exatamente qual é o subtipo de cada câncer. No entanto, nem sempre os dois exames são pedidos em conjunto.

“O exame de imunohistoquímica deveria ser uma exigência depois de todas as biopsias. É um absurdo que em muitos casos seja necessário fazer dois pedidos no SUS e esperar até 30, 40 dias entre um exame e outro. Estamos perdendo tempo precioso”, diz Maira.

Maria Cristina complementa: “Não é algo supérfluo, é fundamental para definir a estratégia de conduta. Porém, não está acessível a todos como deveria”, lamenta.

O repórter viajou a convite da Novartis.

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