Aspartame: saiba qual é o risco do adoçante potencialmente cancerígeno

Componente comum em bebidas adocicadas e presente até em pastas de dente, o aspartame terá seu destino selado em 14 de julho

atualizado 30/06/2023 18:35

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Aspartame: quais os riscos e onde está o adoçante apontado pela OMS como cancerígeno Getty Images

O aspartame é um dos adoçantes mais comuns para substituir o açúcar em produtos adocicados. É encontrado especialmente em versões diet de sucos, refrigerantes e alimentos que evitam a adição de açúcar. Entretanto, a substância deve entrar na lista de itens cancerígenos da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), que é ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), no próximo mês.

O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina. Descoberto em 1965, ele é quase 200 vezes mais doce que o açúcar e, por isso, é usado em pequenas quantidades, gerando um intenso dulçor. Seu uso, porém, já foi associado até à ansiedade em estudos científicos.

Já se podem determinar os riscos?

A Iarc mantém uma lista com quatro grupos de substâncias que são cancerígenas, sendo o primeiro, o mais grave. A decisão sobre em qual classe o aspartame será incluído será dada em 14 de julho. No entanto, o documento que antecipa o veredito já aponta a necessidade de ponderação sobre a ingestão diária do componente.

A instituição afirma ter feito a revisão de mais de 1,3 mil estudos sobre o aspartame para decidir colocá-lo na lista. “Ele foi apontado como de alta prioridade por evidências que o associam ao desenvolvimento de câncer em humanos e em animais em laboratório”, afirma o documento que convida para o anúncio da Iarc.

Entre as pesquisas científicas recentes, porém, há movimentos que vão tanto a favor como contra o uso deste tipo de adoçante. Um estudo espanhol publicado em 16 de junho no International Journal of Cancer, por exemplo, apontou que, entre diabéticos que usavam a substância, havia maior risco de câncer colorretal e de estômago.

Outras pesquisas, porém, como uma da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicada em outubro de 2022, defendeu que as evidências disponíveis atualmente não permitem determinar uma conexão entre o uso de aspartame e câncer.

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A Organização Mundial de Saúde decidiu inserir o adoçante artificial aspartame na lista de substâncias cancerígenas

Alina Rosanova/Getty Images
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A entidade afirma que o aspartame se enquadra na classificação 2B, de possíveis cancerígenos

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O grupo 2B inclui substâncias com evidências consideradas limitadas e não conclusivas sobre a relação com o câncer

Reprodução/Alto Astral

Quanto aspartame se pode consumir?

A avaliação da substância feita pela OMS em 1981 apontava que era segura a ingestão de até 40 mg de aspartame por quilo do consumidor ao dia. Para ultrapassar este nível, um adulto médio teria que tomar até 36 latas de refrigerante diet diariamente.

Os dados científicos mais recentes, no entanto, levaram o Iarc a determinar que consumos menores do que este podem levar a uma tendência ao câncer, mas o resultado final da avaliação de riscos só será apontado em julho.

“Um grupo de trabalho avaliou o potencial risco cancerígeno do aspartame e os resultados anunciados guiarão para uma revisão da ingestão diária aceitável e dos riscos de consumo com base nas últimas evidências disponíveis”, diz o documento da Iarc.

Várias instituições, no entanto, não endossam por hora o entendimento de que há perigo no consumo atual. O conselheiro científico da Food Standards Agency (FSA), instituição que regula a aprovação de alimentos no Reino Unido, Rick Mumford, defende que é preciso esperar a decisão para se posicionar.

“As declarações da Iarc abordam o perigo, mas ainda não o risco. É preciso saber os níveis abordados e em que grupo de risco o aspartame será incluído. A opinião da FSA é que o aspartame, nos níveis de uso atualmente permitidos, é seguro”, defende Mumford.

Em que produtos ele se encontra?

É difícil determinar a lista completa de produtos que contém aspartame, já que aproximações feitas em 2017 mostravam que ele estava nos ingredientes de ao menos 6 mil produtos, incluindo até medicamentos para a tosse e pastas de dente. Para evitá-lo, é sempre bom conferir a lista de ingredientes de alimentos, especialmente em:

  • Bebidas (sucos, chá gelado, águas aromatizadas, refrigerantes);
  • Cereais matinais;
  • Chicletes e balinhas;
  • Produtos lácteos, especialmente em versões light;
  • Frutas em conserva;
  • Sobremesas light;
  • Sorvetes;
  • Barras de cereais;
  • Medicamentos, especialmente para crianças;
  • Adoçantes de mesa.

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