Prefeitura de SP faz tapa-buraco em avenida onde começou recapeamento

Prefeitura fazia tapa-buraco e recapeamento ao mesmo tempo em avenida da Vila Mariana; questionada, suspendeu o 1º serviço e deixou crateras

atualizado 30/10/2023 21:35

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Imagem mostra cones em buracos em avenida - Metrópoles William Cardoso/Metrópoles

São Paulo — A Prefeitura de São Paulo iniciou na última semana uma ação tapa-buraco em uma avenida da Vila Mariana, zona sul da capital paulista, onde havia acabado de começar o recapeamento completo do asfalto, em um flagrante serviço duplicado.

O trabalho só foi suspenso depois que o Metrópoles questionou a administração municipal a respeito da “duplicidade” do serviço, que seria pago duas vezes pela gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), resultando em desperdício de dinheiro público.

O tapa-buraco é um serviço pontual, com um remendo feito para correção de imperfeições no asfalto em um determinado trecho da via. Já o recapeamento é substituição do pavimento como um todo, podendo se prolongar por várias quadras ou uma avenida inteira.

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Cone em serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo
Carros desviam de serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo
Carros desviam de serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo
Carros passam nesta segunda-feira por serviço de tapa-buraco, já sem cones, deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo
Guia em reforma durante recapeamento da Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo
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Carros desviam de serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Cone em serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Carros desviam de serviço de tapa-buraco deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Carros passam nesta segunda-feira por serviço de tapa-buraco, já sem cones, deixado pela metade na Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Guia em reforma durante recapeamento da Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Guia em reforma durante recapeamento da Avenida Prefeito Fábio Prado, na Chácara Klabin, na Vila Mariana, em São Paulo

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Na última quinta-feira (26/10), a gestão Nunes anunciou o recapeamento de 126 vias da capital paulista, a começar pela Avenida Prefeito Fábio Prado, entre as ruas Vergueiro e Francisco Cruz, no coração da Chácara Klabin, na Vila Mariana. Segundo a prefeitura, as obras no local já estavam em andamento no mesmo dia do anúncio.

Na sexta-feira (27/10), estava em curso também o serviço de tapa-buraco na mesma Avenida Fábio Prado, na altura da Praça Giordano Bruno. Foram feitos vários recortes no asfalto e colocados cones para que os carros desviassem das crateras abertas no local — empresas contratadas fazem um retângulo maior que o buraco original para realizar o tapamento, seguindo recomendação da prefeitura.

Questionada pela reportagem na própria sexta, a Prefeitura afirmou que a Secretaria Municipal das Subprefeituras identificou o início de uma operação tapa-buraco na avenida e pediu o cancelamento da ordem de serviço. “A empresa responsável foi advertida e não receberá pelo trabalho realizado”, disse, em nota.

Porém, o que já não estava bom ficou ainda pior. Durante o fim de semana, os cones foram removidos dos recortes no asfalto e motoristas foram obrigados a fazer um “rally” pela avenida para acessar a Rua Francisco Cruz.

Nesta segunda-feira (30/10), a situação persistiu, já que o trabalho de tapa-buraco foi abandonado pela metade na sexta —só com a abertura das crateras, sem o tapamento. Também não há sinalização sobre o problema e a reportagem do Metrópoles presenciou vários motoristas fazendo manobras arriscadas durante o fim de tarde, além do risco de acidentes e danos a carros e motos que não conseguiam fazer o desvio.

“Com certeza, tem risco de acidente, com motos e esses degraus no asfalto. É muito movimento, todo o pessoal que vem da [Avenida] Ricardo Jafet para chegar à [Rua] Domingos de Morais”, diz o médico Frederico Augusto da Silva Almeida, de 56 anos.

Questionada novamente, a Prefeitura reafirmou que o recapeamento da avenida como um todo já está em andamento, com previsão de término em janeiro de 2024. Não foi informado o que será feito, até a conclusão do recape, no local onde as crateras foram abertas na última sexta pelo tapa-buraco, que não será finalizado.

Segundo a Prefeitura, não é possível saber quanto custaria o tapa-buraco iniciado no local, “uma vez que seria necessária uma medição depois do serviço executado, o que não aconteceu”. A gestão Nunes diz que a responsável na região é a empresa Trajeto Construções e Serviços.

Serviços indevidos

Em setembro, o Tribunal de Contas do Município (TCM) apontou que empresas que realizam tapa-buraco na cidade são pagas por serviços indevidos.

A auditoria realizada pelo TCM apontou que as contratadas estariam aplicando mais massa asfáltica do que o necessário e recebendo mais por isso. Em um dos exemplos, um buraco de 1 metro quadrado virou uma área de 17 metros quadrados e outro buraco de 2 metros virou uma área de 23 metros.

Em 2023, o número de pedidos pelo serviço de tapa-buraco disparou em São Paulo, chegando a 1 a cada 2 minutos. De abril a junho, por exemplo, foram 55.813 chamados, ante 37.829 no ano passado — aumento de 47,5%.

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