Mundo afora: Lula visitou 24 países e teve 100 agendas oficiais

Lula quer o protagonismo na agenda ambiental e o estreitamento de laços comerciais com as grandes economias. E não economizou horas de voo

atualizado 02/04/2024 20:02

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Na terceira vez como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se impôs a tarefa de reinserir o Brasil no cenário internacional. Com a intenção de retomar o protagonismo brasileiro na agenda ambiental e o estreitamento de laços comerciais com as grandes economias, o governante não economizou horas de voo.

Nos dois primeiros mandatos como presidente, entre 2003 e 2010, Lula visitou 87 países. Em 2023, o petista foi a 24 nações. Ou seja: em menos de 12 meses, ele visitou o equivalente a 27,5% dos países em que esteve durante oito anos das duas primeiras gestões.

Viagens de Lula:

  • 15 saídas do Brasil;
  • 24 países visitados;
  • 27 visitas a países (contando os repetidos);
  • mais de 100 compromissos oficiais.

Tido como um dos presidentes que mais fazem uso das relações internacionais por meio de visitas a outros chefes de Estado, Lula é alvo da oposição também por causa das viagens. Na posse do presidente da Argentina, Javier Milei, Bolsonaro provocou o petista ao dizer ao argentino que convidaria Lula para ser seu “ministro do Turismo”.

Mas será que o presidente viaja mais do que deveria? Os gastos públicos provenientes das viagens de Lula se justificam, mas abre espaço a críticas. É o que acredita o doutor em ciência política Leandro Gabiatti. “Do ponto de vista da legalidade, não há objeção, os gastos se justificam. Agora, do ponto de vista ético e moral, certamente, pode haver questionamentos, e eles são razoáveis”, avalia.

“O Congresso aberto, funcionando, tem um custo. Qual seria o custo de um Congresso fechado? A democracia gera um custo, e isso não tira a necessidade obrigatória de ter racionalidade e sensatez na hora de gastar recursos públicos”, compara.

Gabiatti pondera que um presidente que representa os interesses do país no exterior é de vital importância para a nação, em diversos setores, mas que há responsabilidade com os recursos públicos.

“É fundamental ter um presidente da República representando os interesses do Brasil, do Estado, fora do país. Isso traz ganhos, investimentos, imagem. Insisto: isso não tira a responsabilidade dele de zelar pelo uso do recurso público”, analisa.

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Arte/Metrópoles
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Ricardo Stuckert/PR
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Ex-presidente Lula foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com honras de chefe de Estado

Ricardo Stuckert/Divulgação
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Lula e Xi Jinping

Governo da China
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Hugo Barreto/Metrópoles

Viagens do 3º mandato

São, no total, 15 deslocamentos para fora do Brasil, 24 países visitados e mais de 100 agendas oficiais cumpridas em 2023. Contando com o período de transição de governo, ainda em 2022, o número de viagens sobe para 27, e o de nações visitadas, para 25.
Confira os países visitados por Lula:

Com essas viagens, o Brasil reforçou ou retomou antigas parcerias, abriu mercados e buscou atrair investimentos estrangeiros, por meio das mais de 100 agendas oficiais de Lula em 21 países, entre janeiro e setembro de 2023.

A maior parte das viagens contempla eventos internacionais para os quais o Brasil é convidado, como a 15ª Cúpula do Brics, a reunião do G20, a conferência das Nações Unidas (ONU), a 62ª Cúpula de chefes do Mercosul, a Cúpula Sul-Americana e o G7.

Acordos fechados

Nas viagens internacionais, foram fechados pelo menos 57 acordos bilaterais. Países com os quais o Brasil tem relação mais próxima e duradoura, como a China, se destacam com mais negócios. São 15 acordos bilaterais com o Brasil e mais de 40 entre empresas sino-brasileiras — entre elas próprias e com o governo brasileiro. A expectativa do Planalto é de que os acordos rendam investimentos equivalentes a R$ 50 bilhões.

Desse total de 57 acordos do Brasil com outras nações, aparecem mais oito países: Portugal (13), Angola (7), Argentina (7), Emirados Árabes Unidos (4), Espanha (4), Cuba (3), Japão (2) e São Tomé e Príncipe (2). Existem, ainda, quatro acordos com o Vietnã, mas não há informação de serem bilaterais ou multilaterais.

Investimentos estrangeiros

Além da China, atos assinados com os Emirados Árabes Unidos, em especial na área de energia verde, podem gerar outros R$ 12,5 bilhões.

Neste quesito sobre energia verde, empresas portuguesas anunciaram investimentos de R$ 32 bilhões. E, partindo para o setor de preservação florestal, a Noruega, a Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos repassaram milhões de dólares para o Fundo Amazônia.

Na saúde, o Japão anunciou linha de crédito de R$ 1 bilhão para investimentos no setor.

Pé na estrada no Brasil

No Brasil, os números são mais tímidos em comparação com a agenda internacional. São 16 estados visitados e 44 agendas cumpridas entre janeiro e setembro. O Nordeste, região que garantiu a Lula a vitória nas eleições de 2022, recebeu mais atenção, com 12 viagens para estados nordestinos. São Paulo, berço político do petista, tem 11.

Segundo o Planalto, são mais de 10 programas e ações de governo garantidos durante as viagens, sendo os principais o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Farmácia Popular e o Luz para Todos.

Há, ainda, a retomada de campanhas de vacinação, obras, inaugurações, visitas a terras indígenas e sobrevoo de regiões inundadas.

Para 2024, são ao menos sete viagens internacionais consideradas. Contudo, o petista sabe que não pode se ausentar das eleições municipais; por isso, garantiu que percorrerá o Brasil e que “o tempo de moleza acabou”.

A justificativa é a fiscalização de obras retomadas após a sanção da lei que permite a volta das construções focadas na educação e na saúde, com orçamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Ano que vem (2024), eu quero viajar o Brasil, visitar as obras de infraestrutura, educação, saúde e conversar com o povo sobre o futuro desse país. Assumimos o compromisso de tirar o país da letargia que estava antes das eleições. Estamos apenas começando”, destacou Lula, em novembro do ano passado.

“Com mais trabalho e viagem, vai acabar essa moleza de ficar aqui dentro (do Palácio do Planalto). A gente vai ter de viajar o Brasil”, completou.

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