O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), subiu 1,8 ponto em janeiro, para 97,4 pontos. Esse foi o melhor resultado do indicador desde agosto de 2022, quando atingiu 100 pontos. Em médias móveis trimestrais, o ICI avançou 2,2 pontos, para 95,4 pontos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (29/1) pelo FGV Ibre.
“Após um fim de ano menos pessimista, o setor industrial começa 2024 com alta na confiança. A recuperação se mantém pelo quarto mês consecutivo”, diz Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre. “A alta de janeiro reflete a percepção de melhora dos empresários em relação à situação atual, resultado do aumento da demanda e do movimento de escoamento de estoques, que alcançaram o nível neutro pela primeira vez desde 2022.”
Para Pacini, em relação aos próximos meses, há uma melhora generalizada das expectativas sobre o ambiente de negócios e a produção. “Essa evolução parece estar relacionada a um cenário de facilitação de crédito, controle da inflação e de melhora na demanda durante o ano que se inicia”, afirma o economista.
Avanço na maioria dos setores
Em janeiro, houve alta da confiança em 15 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O resultado reflete uma melhora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) subiu 2,8 pontos, para 97,8 pontos, o maior patamar desde setembro de 2022 (100,3 pontos). O Índice de Expectativas (IE) avançou 0,8 pontos, para 97,0 pontos.
Entre os quesitos do ISA, o que mais influenciou na melhora foi o que mede o nível de estoques, com queda de 4,5 pontos no mês, para 99,4 pontos. Essa é a primeira vez que o indicador fica abaixo do nível de neutralidade desde setembro de 2022. Quando ele está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Em menor magnitude, os indicadores que medem o nível atual de demanda e a situação atual dos negócios subiram 1,9 e 2,1 pontos, respectivamente, para 95,4 e 97,8 pontos.
Em relação às expectativas, houve melhora das perspectivas sobre a produção e no indicador que mede a tendência dos negócios no horizonte de seis meses. No sentido contrário, o item que mensura o ímpeto sobre as contratações recuou 4,1 pontos, para 95,4 pontos.