O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), avançou 2,6 pontos em dezembro, atingindo 95,3 pontos. Esse é o melhor resultado do indicador desde outubro de 2022, quando ficou em 95,7 pontos.
“Após um ano difícil para a indústria, o setor fecha 2023 com recuperação da confiança pelo segundo mês consecutivo. A alta de dezembro reflete a percepção de melhora dos empresários em relação à situação atual, reflexo de um aumento gradual da demanda, e o movimento de redução dos estoques que começam a se aproximar do nível neutro”, Stéfano Pacini, economista do FGV IBRE.
Em relação aos próximos meses, acrescenta Pacini, há uma melhora das expectativas sobre a tendência dos negócios e na produção, principalmente nos segmentos relacionados aos bens de consumo. “O que possivelmente está relacionado ao cenário de redução dos juros, inflação e do resultado ainda positivo do mercado de trabalho”, afirma o economista.
Em dezembro, houve alta da confiança em 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O resultado reflete melhoras tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas em relação aos próximos meses. O Índice Situação Atual (ISA) avançou 1,4 ponto, para 94,7 pontos, maior patamar desde outubro de 2022 (96,4 pontos). O Índice de Expectativas (IE) subiu 3,8 pontos, para 95,9 pontos.
Entre os tópicos que compõem o indicador sobre a situação atual, o que mais influenciou na melhora do mês foi o que mede o nível de estoques, com queda de 3,2 pontos no mês, para 103,9 pontos. Quando ele está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável). Os tópicos que medem o nível atual de demanda e a situação atual dos negócios subiram 0,2 e 0,8 ponto, respectivamente, para 93,7 e 94,8 pontos.
Em relação às expectativas, houve melhora em todos os indicadores. O que avalia o ímpeto de contratações subiu 2,3 pontos, para 99,1 pontos. Os que medem as perspectivas para a produção nos três meses seguintes e a tendência dos negócios nos seis meses seguintes avançaram 4,4 e 4,7 pontos, respectivamente, para 95,3 e 93,7,0 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) subiu 0,3 ponto porcentual em dezembro, para 81,2%.