Depois de experimentarem dias de muita volatilidade, em virtude da crise desencadeada na Americanas, as ações dos maiores bancos brasileiros registram alta na Bolsa de Valores, na tarde desta terça-feira (18/1). O papel de destaque é o do BTG Pactual, que avança quase 3%.
Em liminar concedida nesta tarde, o banco conseguiu reverter uma decisão judicial que protegia a Americanas da execução de uma dívida de R$ 1,2 bilhão.
Na decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ficou estabelecido o bloqueio de recursos da varejista pelo banco.
Nos últimos dias, os investidores se desfizeram de ações dos bancos, temendo o impacto de uma possível recuperação judicial da Americanas para o setor.
A varejista tem aproximadamente R$ 40 bilhões em dívidas, entre financiamentos bancários, títulos de crédito e outros contratos, como os de antecipação de recebíveis e derivativos.
O mercado vislumbrava o risco de os bancos não receberem esses recursos e serem obrigados a lançar no balanço tais valores a fundo perdido (ou, no jargão contábil, provisionar as dívidas).
Na visão de juristas, a liminar favorável ao BTG não só deve abrir espaço para que outros bancos também busquem a execução de dívidas na Justiça, como coloca a Americanas em uma posição de negociação bem mais difícil.
Ontem, o banco americano Goldman Sachs também ingressou com um pedido similar ao do BTG para garantir o recebimento de valores da Americanas
Além da alta do BTG, as ações do Santander, Itaú e Bradesco negociadas na Bolsa aceleraram ganhos e registram valorização de cerca de 2%.
Entenda a liminar que beneficia o BTG
A Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar ao BTG Pactual para garantir a execução de dívidas da Americanas. Na decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em Volta Redonda, ficou estabelecido o bloqueio de R$ 1,2 bilhão da varejista pelo banco.
Desde a semana passada, o BTG tenta executar um passivo bilionário contratado pela Americanas. Na última sexta-feira (13/1), a varejista conseguiu, em decisão da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, uma proteção contra o bloqueio de recursos pelos bancos e qualquer tentativa de antecipação de dívidas no prazo de 30 dias, até que a Americanas decidisse entrar em recuperação judicial.
A decisão da 2ª Câmara determina que o BTG efetue o bloqueio de R$ 1,2 bilhão da empresa até que a decisão sobre a recuperação judicial seja tomada. Nesse prazo, nenhuma das partes poderá movimentar o dinheiro.