O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, saiu em defesa do Hamas, e rejeitou a classificação internacional do grupo como “terrorista”.
“O Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de libertação e mujahideen [combatente] que luta para proteger as suas terras e os seus cidadãos”, disse o líder turco durante uma reunião do seu partido, nesta quarta-feira (22/10).
Além de defender o grupo palestino, Erdogan criticou a atuação de Israel na Faixa de Gaza desde que o conflito explodiu, no último dia 7 de outubro. “O que é que Israel está a fazer? Está a matar crianças. Vimos o estado dessas crianças. Vimos o que fizeram. Nunca podemos permitir que essas crianças sejam mortas ou despedaçadas”, declarou.
Erdogan ainda revelou que uma possível ida ao país governado por Benjamin Netanyahu foi cancelada, afirmando que o premier israelense “abusou de nossas boas intenções”.
“Tínhamos boas intenções, mas ele abusou de nossas boas intenções. Tínhamos um projeto para ir a Israel, mas foi cancelado, não iremos”, disse.
Erdogan critica o Ocidente
Apesar de ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em que a maioria dos países classifica o Hamas como um grupo terrorista e tem posições pró-Israel, o líder turco criticou a atuação do Ocidente em meio ao conflito que se arrasta por 19 dias e já vitimou mais de 6 mil pessoas.
“Fechar os olhos para os corpos desmembrados de crianças e dar desculpas para ataques desumanos é um legado que o Ocidente herdou da sua própria história sangrenta”, afirmou.
Ainda que Erdogan tenha inicialmente condenado a ação do Hamas em território israelense, com o sequestro e assassinato de civis, a Turquia tem relações com o grupo palestino, inclusive abrigando algumas de suas lideranças no país.
