Israel retarda ataque por terra a Gaza, mas não desiste do plano

Israel ameaça invadir por terra a Faixa de Gaza desde que foi atacado pelo Hamas, em 7/10, mas cenário se mostra adverso

atualizado 25/10/2023 11:06

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Foto colorida de prédio destruído após ataque de Israel contra a Faixa de Gaza - Metrópoles Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images

Quando as forças militares de Israel começaram a revidar a agressão do Hamas, em 7 de outubro, parecia questão de horas para que soldados e blindados iniciassem um ataque por terra à Faixa de Gaza, mas, quase três semanas depois, isso ainda não ocorreu. Israel tem preferido se concentrar em ataques aéreos a alvos que identifica como ligados ao Hamas e faz apenas incursões pontuais em busca de reféns no território palestino – que já resultaram na morte de um soldado.

A demora, porém, não significa que Israel desistiu do combate urbano direto contra os extremistas, mas que a operação terrestre está se mostrando mais difícil de planejar do que o previsto inicialmente.

Em meio a crescentes cobranças por ações concretas para resgatar os reféns feitos pelo Hamas, estimados em 220 pessoas, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu, na terça-feira (24/10), que o momento da ofensiva terrestre a Gaza “está chegando”, sem prever, porém, uma data.

As forças israelenses avaliam como lidar com combates que seguramente serão sangrentos e mortais para os dois lados, pois Gaza é uma região densamente povoada, e o Hamas se aproveita da infiltração em ambientes como prédios públicos, escolas e hospitais e de uma rede de túneis cujo mapa os israelenses não conhecem.

Além da questão tática, preocupa Israel as consequências dessa ofensiva na opinião pública mundial – afinal, civis, incluindo crianças, estarão na linha de tiro.

E os civis já não estão escapando dos ataques aéreos. Desde 7 de outubro, os palestinos já registraram mais de 5 mil mortos, dos quais dizem que 62% são crianças e mulheres. Entre os israelenses, as baixas se concentraram quase todas na invasão do Hamas, que vitimou cerca de 1,4 mil pessoas, sendo civis a maioria.

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Homem chora após ver familiares mortos na Faixa de Gaza

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Ataques de Israel têm vitimado adultos e crianças na Faixa de Gaza

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Israel continua a bombardear a Faixa de Gaza

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Hospitais de Gaza estão sobrecarregados com feridos após ataques de Israel

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A ONU tem trabalhado na ajuda humanitária aos palestinos que vivem na Faixa de Gaza

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Caminhões entraram em Gaza com ajuda humanitária

Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

Americanos tentam frear ímpeto de Israel

Os Estados Unidos, principal aliado militar de Israel, estão aconselhando os israelenses a ter calma antes de uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Segundo a emissora CNN dos EUA, oficiais norte-americanos estão usando o exemplo de combates sangrentos que travaram na guerra do Iraque, com muitas baixas, para desestimular um “ataque total” de Israel ao Hamas.

Os americanos estão sugerindo aos israelenses uma estratégia de ataques terrestres direcionados e rápidos, baseados em informações de inteligência, e não uma incursão em larga escala, atraindo combates corpo a corpo. Para os militares dos EUA, essa estratégia deve ser combinada com os ataques aéreos que já vêm sendo realizados.

Da parte israelense, porém, há resistência em adotar uma tática que vai significar longo período enfrentando a situação dos reféns.

Tensão crescente na comunidade internacional

Israel desenha sua estratégia de guerra sob forte pressão da comunidade internacional, que pede um cessar-fogo humanitário para atender a população civil de Gaza. Na terça, o clima esquentou na Organização das Nações Unidas (ONU) após seu secretário-geral, António Guterres, fazer um discurso dizendo que os ataques do Hamas não aconteceram “do nada” e são consequência de uma “ocupação sufocante” do território palestino, que já dura 56 anos.

Em resposta, o chanceler israelense Eli Cohen fez uma série de afirmações contra a ONU e ainda cancelou uma reunião com Guterres. Já o embaixador de Israel na ONU, Gilard Erdan, pediu a demissão do secretário-geral da entidade.

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