Parlamentares da direita no Congresso Nacional tentaram, sem sucesso, indiciar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, no relatório paralelo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro. Na CPI do Distrito Federal, porém, nem a própria direita tem consenso sobre culpabilizar Dino.
Membro titular da CPI em andamento na Câmara Legislativa do DF, o deputado distrital Pastor Daniel de Castro (PP) disse não concordar com um possível pedido de indiciamento do ministro de Lula (PT).
“Eu acho que ele não deve ser indiciado aqui [na Câmara Legislativa], porque ele não veio. Quem não veio à CPI, como é que se indicia? Mas deve ser citado, para mostrar a credibilidade dessa CPI”, avaliou.
No Congresso Nacional, após a leitura do relatório final apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 60 pessoas, a oposição também apresentou um relatório. No texto paralelo, os indiciados incluem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Justiça, Flávio Dino.
Na CPI do DF, o relator, deputado Hermeto (MDB), não quer pedir o indiciamento de quem não foi ouvido ao longo das sessões. Porém, isso pode se alterar após diálogo com outros membros da Comissão.
O próprio presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT), defende que não ter colhido o depoimento não significa um “habeas corpus” para não ser indiciado.
O pastor Daniel de Castro criticou a forma como foi produzido o relatório final na CPMI.
“Li o relatório da Eliziane Gama. Quando ela faz toda a imputação de indiciamento da estrutura do GSI, ela põe do [general] Penteado para baixo todo mundo. Ela põe generais, coronéis, sargentos. E, quando ela cita o G. Dias, ela vai dizer: ‘Não posso imputar ele, porque só tinha sete dias [de trabalho naquela função]’. Um homem que foi oito anos GSI do Lula.”