O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (31/1), que defende “muito” a estabilidade econômica e quer seriedade fiscal, mas ponderou que ela precisa vir acompanhada por seriedade política e social.
“Povo votou porque o povo espera que a gente cuide dele, que a gente faça alguma coisa por ele. Eu sou uma pessoa que defendo muito a estabilidade econômica. Eu quero seriedade fiscal, mas eu quero seriedade política, eu quero seriedade social, porque é verdade que nós temos muitas dívidas para pagar, mas a dívida que é impagável há cinco séculos é a dívida social contraída com o povo brasileiro”, afirmou Lula.
“Não é possível que um país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo, o primeiro produtor de proteína animal do mundo, um país que tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, um país que tem 8 mil quilômetros de fronteira marítima tenha gente passando fome. Não é possível. Então, nós vamos provar outra vez que é possível acabar com a fome”, continuou.
As declarações foram proferidas durante evento no Palácio do Planalto com representantes dos movimentos sociais, no qual Lula assinou decretos para criar instrumentos de participação social.
Recentemente, em café da manhã com jornalistas, Lula criticou o mercado financeiro pelas pressões sobre o governo e defendeu a atuação de sua administração em áreas como Saúde e Educação.
“O mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem humanismo. Não tem nada de solidariedade. É só o ‘venha a nós’, ‘ao vosso reino’, nada”, criticou.
Evento com movimentos sociais
Nesta terça, Lula assinou dois decretos que criam o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial. Esses instrumentos visam, segundo o governo, ampliar a consulta à sociedade e restabelecer as pontes com os movimentos sociais.
Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, o conselho será composto por 68 representantes de movimentos e entidades, com reuniões a cada três meses.