O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quinta-feira (12/1), o mercado financeiro pelas pressões sobre o governo e defendeu a atuação de sua administração em áreas como Saúde e Educação.
“É preciso a gente parar de utilizar a palavra gasto, porque o mercado construiu uma narrativa de que tudo que você faz no Brasil que não seja pagamento de juros é gasto. Não sei se vocês já perceberam: qualquer dinheiro que vai para a saúde é gasto. Qualquer dinheiro que vai para a educação é gasto. Qualquer dinheiro para pagar aumento de salários é gasto”, afirmou Lula, em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
“Eu acho que nós temos que tratar como investimento. O Bolsa Família é um investimento. Você colocar dinheiro na Saúde é um investimento. Imagina quanto vale um trabalhador curado, sadio”, prosseguiu.
“O mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem humanismo. Não tem nada de solidariedade. É só o ‘venha a nós’, ‘ao vosso reino’, nada”, criticou.
No encontro, o petista ainda ressaltou que não é “marinheiro de primeira viagem” e lembrou que em seus oito anos no governo federal (entre 2003 e 2010) fez superávit primário. “Qual é a preocupação que as pessoas podem ter com os governos do PT? Nenhuma”, disse.
Lula também disse que os mais ricos devem pagar mais impostos que os mais pobres. A proposta de reforma tributária é uma das primeiras medidas que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende encampar.
Banqueiros na pandemia
O presidente ainda defendeu o papel do Estado e lembrou que, durante a pandemia de Covid-19, nenhum banqueiro se ofereceu para comprar vacinas.
Lula criticou ainda a Federação Brasileira de Bancos (Febraban): “Eu nunca vi a Febraban se reunir e dizer que está preocupada em pegar uma parte dos juros que recebe para dedicar ao padre Júlio Lancellotti para cuidar do morador de rua. Eu nunca vi. Quem tem que cuidar disso é o Estado”.
Sobre a Eletrobras, empresa que foi privatizada durante a gestão Jair Bolsonaro (PL), em 2022, Lula criticou os altos salários pagos aos executivos e aos conselheiros. “Isso não é gasto? Não é jogar dinheiro fora?”, questionou.
