O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), voltou a cobrar do Executivo mais diálogo com a equipe de articulação que atua no Congresso Nacional. Em encontro na manhã desta segunda-feira (5/6) com o presidente Lula, Lira reforçou as dificuldades enfrentadas pelo governo ao tentar aprovar matérias na Câmara.
A falta de uma base sólida de apoio ao Planalto tem sido motivo de críticas e apertos no Legislativo. Aliados de Lira afirmaram ao Metrópoles que a reunião, apesar de amistosa, foi conduzida em tom de ultimato a Lula, que indicou mudanças na articulação política com os parlamentares.
Após o encontro, Lira chegou a afirmar que o “combustível está acabando” ao se referir ao apoio de partidos de fora da base de Lula a projetos de interesse do governo.
“Governo precisa fazer junto com seus líderes o processo de arregimentação de uma base que se mostre cristalina. Hoje o governo tem contado com a boa vontade desses partidos que estão votando republicanamente”, disse o presidente da Câmara em entrevista à CNN. “Esse combustível está acabando” afirmou o deputado.
O café da manhã com o chefe do Executivo foi marcado na tarde de domingo (4/6), após uma ligação de Lula.
Segundo Lira, na conversa, o presidente da República sinalizou uma mudança nas articulações. O presidente da Câmara defendeu um levantamento de quantos partidos integram a base lulista para que o governo não tenha dificuldades em votações: “Penso que o presidente Lula está se movimentando e é importante que ele se movimente”.
Encontro
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recebeu o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), nesta segunda-feira (5/6), para um café da manhã no Palácio da Alvorada.
Na última semana, Lira criticou a falta de base de apoio do petista no Congresso diante das dificuldades acerca da aprovação da medida provisória da reestruturação ministerial. Na quarta-feira (31/5), o presidente da Câmara conversou por telefone com o chefe do Executivo e explicou as dificuldades do governo, apontando a ausência de articulação no Congresso. Segundo Lira, há uma “insatisfação generalizada” entre os deputados com o Palácio do Planalto.
Uma das reclamações mais frequentes dos líderes partidários é a demora na liberação de emendas empenhadas.
Após diversos entraves na Câmara, a MP da Esplanada foi aprovada pelo Congresso na quinta-feira (1°/6), último dia antes de a medida expirar.
