O general da reserva do Exército Sérgio Etchegoyen foi repreendido durante seminário na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (16/08). O historiador e ex-deputado federal Manuel Domingos Neto disse que o militar repetia “inverdades” ao afirmar que as Forças Armadas estavam subordinadas à Presidência da República. Para ele, a presença de militares no Ministério da Defesa impede que os civis tomem controle do Exército, Marinha e Aeronáutica.
A discussão se deu durante o seminário “Forças Armadas e a Política: Limites Constitucionais”, que também contou com a presença do ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, Felipe Santa Cruz, Paulo Roberto Cardoso e Adriana Aparecida Marques. O general Santos Cruz, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), também acompanhava a sessão.
Etchegoyen fez uma longa explicação sobre o papel das Forças Armadas e sobre as missões de GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Disse que as operações já foram empregadas 145 vezes e que em todos os episódios houve o comando do presidente da República e do Ministério da Defesa.
“Imaginar que as operações de GLO possam provocar algum protagonismo político de algum militar, deve-se considerar que está cumprindo ordens civis: do presidente da República e o ministro da Defesa” — General Sérgio Etchegoyen.
Ao usar o seu tempo de fala, o professor Manuel Domingos Neto disse que o general falava “inverdades” e chamou as GLOs de “monstrengo conceitual”.
Assista:
O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) Rui Falcão (PT-SP) pediu desculpas ao general e ao professor. Disse que aquele não era um debate permissível a ataques e solicitou à mesa tirar das notas taquigráficas a acusação de Etchegoyen ser mentiroso.
Irritado, o general teria cinco minutos para responder ao ataque, mas a réplica foi esquecida no final do seminário.
“Quando esses três conceitos se misturam, eles causam problemas. Causaram problemas no passado e voltam a causar problemas quando aparece a narrativa de que os militares tomam decisões políticas administrativas no Ministério da Defesa” — General Sérgio Etchegoyen.