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Nova meta de inflação pode conter fúria de Lula contra os juros altos

E pacificar suas relações com o presidente do Banco Central

atualizado 09/02/2023 13:27

Presidente Lula discursando com microfone na mão e fundo preto - Metrópoles Roque de Sá/Agência Senado

Se a taxa de juros no Brasil é a mais alta do mundo, ou uma das mais altas, por que o presidente da República não pode dizer que a taxa de juros do seu país é a mais alta do mundo, ou uma das mais altas? E pressionar o Banco Central para que diminua?

Quando o Banco Central ainda não era independente, quantas vezes os presidentes que antecederam Lula não telefonaram para seu principal dirigente a reclamar da taxa de juros? Fernando Henrique Cardoso chegou a demitir dois presidentes do banco.

Perguntem a Henrique Meirelles, presidente do banco entre 2002 e 2011, se Lula não lhe telefonou pedindo para baixar a taxa de juros. Nos dois governos anteriores de Lula, quem estrebuchava contra os juros altos era o vice-presidente, José Alencar.

Perguntem a Roberto Campos Neto, atual presidente do banco, se Paulo Guedes, ministro da Economia, falando em nome de Bolsonaro, não lhe telefonou ou o procurou pela mesma razão. Como homem discreto que é, talvez Campos Neto não admita.

O Conselho Monetário Nacional se reunirá para estabelecer a nova meta da inflação, que, por sinal, está em queda. Lula quer que ela seja reajustada para cima, de modo a que possa dispor de mais dinheiro para investir em Saúde, Educação e outras coisas.

Todo governante quer sempre mais dinheiro, como quis e conseguiu Bolsonaro. Só que Bolsonaro quis e obteve com o propósito de se reeleger. Daí a herança maldita deixada para seu sucessor. Lula escolheu Bolsonaro para adversário e derrotou-o.

Lula escolheu Campos Neto para adversário e espera ganhar alguma coisa com isso. A conferir se se dará bem ou mal. É do jogo. Só no fim se saberá quem ganhou mais ou perdeu menos. A política, tal como era conhecida, está de volta. É apenas isso.

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