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Lula 3 começa a governar com aprovação menor que Lula 1 e Lula 2

Pesquisa Ipec (ex-Ibope) mostra que a polarização política continua

atualizado 19/03/2023 13:50

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com Resistência e Paris, para simbolizar este Dia Nacional dos Animais Ricardo Stuckert/PR

A eleição presidencial passou, vai fazer cinco meses; a polarização política que a tornou dramática, não. Em síntese, é o que revela a pesquisa Ipec (ex-Ibope) que entrevistou 2 mil pessoas de 16 anos ou mais, em 128 municípios do país, entre os últimos dias 2 e 6.

Lula tem o que celebrar: 41% dos brasileiros consideram sua administração ótima ou boa, contra 24% que a definem como péssima ou ruim, e 30% apenas regular. Em março de 2019, a administração de Bolsonaro era tida como ótima ou boa por 34%.

O modo como Lula governa é aprovado pela maioria da população: 57% contra 35%. Leve-se em conta que, em 8 de janeiro, houve uma tentativa de golpe, o teste mais duro que Lula enfrentou até aqui, e que isso retardou a montagem do governo.

O problema é que o diabo mora nos detalhes, e Lula tem com o que se preocupar. Em março de 2003, Lula 1 alcançou 51% de ótimo e bom, e somente 7% de péssimo e ruim. No mesmo mês de 2007, o ótimo e bom de Lula 2 foi de 49%, e o péssimo e ruim, de 16%.

Quer dizer: no terceiro mês dos seus dois mandatos anteriores, a administração de Lula foi mais bem avaliada do que a de agora. Márcia Cavallari, CEO do Ipec, observa:

“Considerando esse cenário [da polarização política], distinto do que Lula encarou nos mandatos passados, ele começa o governo num bom patamar.”

Os responsáveis por ele estar nesse patamar são os brasileiros que estudaram só até o ensino fundamental, os moradores do Nordeste, os com renda de até um salário mínimo por mês, e os católicos. Ou seja: os que lhe deram a vitória sobre Bolsonaro.

Os que votaram no ex-presidente Bolsonaro seguem dando as costas a Lula: 36% deles avaliam o governo como regular, e 54%, péssimo ou ruim. Entre os que votaram em Lula, 77% avaliam o governo como ótimo ou bom, e 22% regular.

Por regiões do país, a maior rejeição ao governo concentra-se no Centro-Oeste e no Norte, onde Bolsonaro obteve seus melhores resultados. No Sudeste, onde vivem 4 de cada 10 brasileiros, 33% aprovam o governo Lula, e 26%, não.

Por religião, os evangélicos estão onde sempre estiveram – contra Lula: 31% aprovam o governo, 32% o taxam de regular, e 32%, de ruim ou péssimo. Só 39% deles dizem confiar em Lula; 58%, não. Na população geral, 56% confiam em Lula, e 43%, não.

Quanto ao golpe fracassado: 51% dos entrevistados isentam Bolsonaro de culpa, e 44% temem que o comunismo possa se implantar no Brasil. Os evangélicos são os que mais temem (57%). Mais dados da pesquisa podem ser lidos em O Globo.

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