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Psol elege nova presidente em meio a disputa interna

Racha expõe busca pelo controle do partido, posição ao governo Lula e agenda com o Centrão

atualizado 29/09/2023 22:18

Reprodução/YouTube

Com as presenças de ministros de Lula, congressistas e militantes, o Psol realizou ontem (29/09) a primeira noite do seu 8º congresso, no Brasil 21, em Brasília. O evento vai até domingo (1º/10) e deve eleger Paula Coradi como nova presidente, substituindo Juliano Medeiros. A eleição da historiadora representa uma vitória para o grupo de Guilherme Boulos (SP), que tenta ter ainda mais controle do partido.

A corrente do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Revolução Solidária, prepara uma manobra para substituir posições da executiva nacional do partido. Com maior número de delegados, o grupo pode alterar regras do regimento interno para fazer novas indicações na diretoria. Na prática, o movimento sepultaria algumas posições importantes hoje ocupadas por outras tendências do partido.

Uma delas é a tesouraria da sigla, vista como a segunda cadeira mais importante da casa, que atualmente tem o controle do MES (Movimento Esquerda Socialista). Nos bastidores, as deputadas Sâmia Bomfim (SP) e Fernanda Melchionna (RS) se movem para que corrente delas não perca força e representatividade. O movimento é considerado um golpe na proporcionalidade.

A troca de presidente, mas não de tendência partidária, também representa uma incorporação quase completa ao governo Lula. No MES, há quem diga que essa simbiose é perigosa, pois o Psol não teria independência suficiente para contrapor o governo, como em temas econômicos e de costumes. Esse lado também critica a composição eleitoral que o Psol pode consumar daqui para frente, se aliando, até mesmo, com partidos do Centrão.

O lado de Boulos e Juliano (Primavera Socialista) vê com mais tranquilidade esse racha. Na avaliação deste grupo, a manobra acompanha o ritmo de “crescimento” do partido, que já não pode ficar a mercê de pautas da época da fundação. Esse lado também acredita que a ampliação de alianças em 2024 não faz o partido perder a essência. A união é vista como primordial para vencer o que chamam de extrema-direita nas urnas.

Ainda sobre Lula, a corrente majoritária diz que marcar posição no governo não é agir como oposição.

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