Desde os eventos golpistas de 8 de Janeiro não havia um sentimento tão denso de união no Supremo Tribunal Federal. A aprovação da PEC que limita os poderes dos ministros fez com que até bolsonaristas da Corte apoiassem uma resposta dura contra a votação dos senadores.
Os ministros se organizaram e escolheram Gilmar Mendes, que também se ofereceu, para dizer que o STF não admite intimidações e que lutará contra as pautas do Legislativo. Luís Roberto Barroso, presidente do tribunal, avaliou que não podia ser ele o “impetuoso”. Coube a Gilmar Mendes advertir o Senado de forma mais dura.
O decano disse que o STF não aceita intimidações: “Esta Casa não é composta por covardes. Esta Casa não é composta por medrosos. Cumpre dizê-lo com serenidade, mas com firmeza, e com desassombro que este tipo de investida exige de todos nós, membros desta casa multicentenária. Este STF não admite intimidações”.
“Os autores desta empreitada começaram-na travestidos de estadistas presuntivos e a encerraram melancolicamente como inequívocos pigmeus morais” – ministro Gilmar Mendes
Após a fala, André Mendonça e Nunes Marques cumprimentaram o ministro Gilmar Mendes e endossaram seu discurso.
Agora, os ministros aguardam a tramitação da PEC 8/2021, que deve ficar parada na Câmara até o Carnaval. Se aprovada na casa, deve ter vida curta, já que o próprio STF deve julgar a proposta como inconstitucional por interferência de um poder em outro.