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MST sobre Stedile na China com Lula: “Esse governo também é nosso”

Líder do movimento, João Paulo Rodrigues se reúne com Arthur Lira para tentar barrar CPI: "Buscamos uma agenda de pacificação"

atualizado 18/04/2023 23:45

João Pedro Stedile Agência Brasil

Um dos principais líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues deve se reunir nesta quarta-feira com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tentar barrar a instalação de uma CPI para investigar as ocupações de imóveis rurais pelos sem-terra nesse início de governo.

Rodrigues fala em buscar uma agenda de “pacificação” e lembrou que já aconteceram quatro CPIs em quinze anos contra o MST, todas com o intuito de se fazer uma “guerra ideológica”.

“Estamos ansiosos para sentar com o presidente Arthur Lira e queremos discutir uma agenda de pacificação sobre reforma agrária. Nos interessa muito o ambiente de paz. Não queremos o confronto, mas precisamos de orçamento, de terra e de leis que protejam os trabalhadores no campo” – disse Rodrigues.

“O MST está disposto ao diálogo com todas as forças políticas. Por isso, a importância dessa reunião. Todos sabem que os ruralistas têm 300 deputados e, nós, apenas 3. Óbvio que não se trata de medir quem tem força. Mas podemos medir quem produz comida nesse país” – afirmou o líder do MST.

Rodrigues critica essa “perseguição” dos ruralistas com os sem-terra.

“Criam essas CPIs com um único objetivo, de montar um palco para fazer uma guerra ideológica contra os trabalhadores camponeses do Brasil. Queremos pedir ponderação desse Congresso”.

Rodrigues reagiu às críticas dos ruralistas e de outros segmentos à presença de João Pedro Stedile, principal liderança do movimento, na delegação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que visitou a China. Ele defendeu a presença do companheiro na viagem e lembrou que o MST apoiou o petista.

“João Pedro foi à convite de Lula porque nós somos representantes de pelo menos dois milhões de pessoas, gente que vive da agricultura, que produz, que tem cooperativa, que precisa de inovação tecnológica. E que está avançando na produção de novas tecnologias energéticas. Por isso acompanhamos  delegação. E iremos a quantas agendas o presidente Lula nos convidar. Lembramos a todos que fizemos a campanha e ganhamos essa eleição com o Lula. Então, esse governo também é nosso”.

 

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