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MST e a demora na escolha do Incra: “Não estamos gostando nada disso”

Líder do movimento diz que órgãos nos estados estão sendo dirigidos por bolsonaristas

atualizado 23/02/2023 9:42

João Paulo Rodrigues, líder do MST Reprodução - redes sociais

Perto de completar dois meses de gestão, o governo Lula ainda não definiu o nome do presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão importante para dar ritmo e tocar a política de reforma agrária.

Ao Blog do Noblat, João Paulo Rodrigues, um dos coordenadores nacionais do MST, critictou a lentidão na escolha do comando do instituto e afirmou que essa demora “pode trazer implicações para o governo”.

Rodrigues afirmou ainda que, sem a escolha do presidente, as definições do superintendentes das 30 unidades do Incra nos estados estão comprometidas.

“Os estados não estão conseguindo nomear superintendentes. E tem bolsonaristas ainda à frente do Incra nos estados. Fora isso, temos situações de mandados de reintegração de posse e despejos que exigem um Incra atuante. Não é só questão de o MST invadir terras, mas de freiar a ofensiva da direita e não se ter uma programação para montar um plano para o presidente” – disse Rodrigues.

No novo formato da Esplanada, o Incra voltou a fazer parte do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que foi recriado por Lula. No governo Bolsonaro, a reforma agrária estava entregue ao Ministério da Agricultura, com o nome de Secretaria de Assuntos Fundiários, e tinha como titular Nabhan Garcia, ex-presidente da UDR (União Democrática Ruralista).

Rodrigues atribui a não definição do novo presidente do Incra à falta de sintonia no campo petista, entre ministros e o Congresso Nacional. O movimento defende um desses dois nomes para o cargo: Rose Rodrigues, ex-secretária de Agricultura de Sergipe, e do procurador e ex-presidente da Funai Carlos Frederico Marés.

“Nós, dos movimentos, queremos que indique logo um nome. O importante é que nomeia alguém para que sejam indicados logo os superintendentes nos estados. Essa demora pode trazer implicações para o governo porque a reforma agrária ficará de fora do planejamento de cem dias  do governo, quando serão anunciadas coisas concretas. Não estamos gostando nada disso. E tende a causar problemas” – completou.

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