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Líder do União Brasil não foi consultado sobre “rebelião” de deputados

Quase 40 congressistas pediram o adiamento da reforma tributária; movimento foi de Bivar e Sabino para pressionar Lula

atualizado 07/07/2023 10:04

Lula Elmar Nascimento Câmara dos Deputados/Reprodução

A guerra de notas oficiais que tomou conta de Brasília na noite de ontem (06/07) se desenrolou sem o conhecimento do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Cerca de 40 deputados da sigla assinaram uma carta pedindo o adiamento da votação da reforma tributária, entre eles o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, e o futuro ministro do Turismo, Celso Sabino.

A nota foi uma forma de pressão contra o presidente Lula (PT), que havia adiado a demissão da ministra Daniela Carneiro como garantia da votação da Proposta de Emenda à Constituição. O cargo não seria entregue até que o Centrão se comprometesse a votar a favor do texto.

Coube a Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social, dizer que Daniela do Waguinho ficaria no cargo por pelo menos mais uma semana. “Vamos concluir esse debate das questões que estão no Congresso […] e retomar essa discussão sobre composição e eventuais mudanças no governo na semana que vem”, disse o ministro.

O tiro saiu pela culatra. O diretório nacional do União Brasil decidiu colocar uma pressão no Planalto. Em movimento organizado por Bivar e Sabino, o grupo de 38 deputados fez uma reunião às pressas na Câmara e soltou uma nota pedindo “mais tempo para estudar” o texto da reforma tributária. Tudo isso sem consultar o líder do partido na Casa, Elmar Nascimento. Ele não estava na reunião.

Nem 30 minutos mais tarde, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, divulgou nota agradecendo os trabalhos de Daniela Carneiro e confirmando a troca por Celso Sabino. “O presidente Lula e eu nos reuniremos com o presidente e os líderes do União Brasil para receber a indicação de Celso Sabino, que vai liderar a pasta do Turismo […]”, lê-se.

No final das contas, a maioria do União Brasil votou favoravelmente à reforma. Foram 48 votos favoráveis, e 11 contrários –esses 11 assinaram a nota.

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