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Lewandowski em tarde de “companheiro”, entre petistas e líderes do MST

Ministro do STF fez discurso contra democracia liberal burguesa, pregou sociedade mais justa e fraterna e elogiou o MST

atualizado 12/02/2023 1:55

Lewandowski em evento do MST Sara Sulamita

A quatro meses de se aposentar e deixar o Supremo Tribunal Federal (STF),  Ricardo Lewadowski viveu uma tarde de “companheiro” ontem, num seminário organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no interior paulista, num evento repleto de petistas, alguns até com cargos no governo.

Sem paletó e gravata, e com camisa social dobrada até o cotovelo, Lewandowski fez uma fala ao lado de João Pedro Stedile, principal liderança do MST e até plantou uma muda de ipê amarelo.

O ministro participou do seminário “Democracia e Participação Popular”, promovido pelo MST, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP). Era o convidado especial do evento.

Lewandowski fez declarações que são música para o ouvido da plateia presente. O ministro criticou a “democracia liberal burguesa”, defendeu que reformas trabalhista e da Previdência deveria ser submetidas a referendo, para que seja obtida a “democracia participativa que todos almejamos”.

“A democracia está em crise, todos dizem isso. Mas o que está em crise, na verdade é a democracia representativa, liberal burguesa, a democracia dos partidos, na qual, tenho certeza, que nenhum de nós se sente representado adequadamente. Essas crises sucessivas têm uma raiz profunda, que é o sistema político que, de fato, não nos representa” – disse Lewandowski.

Depois, afirmou ser necessário que todos precisam de um norte, de valores, princípios e uma visão de mundo ou uma ideologia. E pregou uma sociedade justa, igualitária e fraterna.

“O que nos une é uma visão de mundo comum. Uma visão na qual o povo é dono do seu destino, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa, igualitária e mais fraterna.”

No evento, o ministro circulou entre advogados e juristas de entidades apoiadoras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia e do grupo “Prerrogativas”.

Dois novos integrantes da Comissão de Ética Pública da Presidência, nomeados esta semana por Lula estavam presentes: a advogada Kenarik Boujikian e o advogado Manoel Caetano. A jurista Carol Proner, ligada aos direitos humanos e também aos movimentos sociais, também estava presente. Ela terá um cargo na área internacional do BNDES.

No final, o ministro plantou uma muda de árvore e se disse “vivamente impressionado e emocionado com o povo organizado que constrói sua história” e citou a escola e o próprio MST como prova.

 

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