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Deltan deixa a Câmara como entrou: isolado, à margem e pelos cantos

Oficialmente agora ex-deputado, o ex-procurador passou esses cinco meses de mandato longe das rodas de conversa na casa

atualizado 07/06/2023 0:38

Foto colorida mostra o ex-deputado federal Deltan Dallagnol - Metrópoles Igo Estrela/Metrópoles

Deltan Dallagnol, agora oficialmente ex-deputado, se despediu ontem da Câmara como entrou: sozinho. O ex-procurador, ainda que tenha sido o mais votado do Paraná, nunca conquistou a simpatia de seus pares. Estava sempre à margem, nunca em rodas de conversa e pelos cantos.

Não é difícil de explicar. Se tem algo que une petistas e boa parte da direita, como o Centrão, é a aversão à Lava-Jato. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que já foi preso no mensalão,  ajudou a encerrar a passagem de Deltan pelo Congresso ao declarar que ele e Sergio Moro “ainda vão pagar caro” pelo que fizeram ao presidente Lula.

Nos últimos dias, o ex-procurador ganhou o apoio de bolsonaristas e 115 parlamentares assinaram uma carta em apoio à manutenção de seu mandato. Um movimento que pareceu mais reação à Tribunal Superior Eleitoral (TSE), corte que cassou o mandato do deputado paranaense por unanimidade.

Seja no plenário ou no cafezinho da Câmara, locais onde parlamentares formam rodas de conversa, Deltan estava fora. Ele sempre se orgulhou de não fazer parte de grupos e também diz com frequência que não estava ali com essa meta.

Deltan fez um último giro ontem pelo plenário. Cena tanto melancólica. A seu lado, apenas dois deputados, e ambos do Novo. Ninguém nem de seu partido, o Podemos, estava ali nessa hora derradeira. A imagem do ex-deputado num plenário vazio, por mais premeditada que tenha sido, é a síntese de sua breve carreira parlamentar.

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