Morfina: entenda efeitos do remédio citado por Bolsonaro em depoimento

Defesa de Jair Bolsonaro informou que ele estava sob efeito de morfina quando postou "equivocadamente" vídeo que contesta sistema eleitoral

atualizado 27/04/2023 18:47

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imagem colorida do ex-presidente Jair Bolsonaro Igo Estrela/Metrópoles

Em depoimento à Polícia Federal (PF), na quarta-feira (26/4), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que estava sob efeito de morfina quando compartilhou, “de forma equivocada”, um vídeo que contesta o sistema eleitoral brasileiro. O fato ocorreu dois dias após os atos golpistas de 8 de janeiro.

De acordo com a defesa do ex-presidente, naquela ocasião, ele havia recém recebido alta hospitalar após ser internado em razão de uma crise de obstrução intestinal nos Estados Unidos. No hospital, os médicos teriam administrado morfina a Bolsonaro.

“Ele teve uma crise de obstrução intestinal, foi submetido a tratamento com morfina, foi hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10. Esta postagem foi feita de forma equivocada”, disse o advogado Paulo Cunha Bueno, que acompanhou o ex-presidente no depoimento.

O que é a morfina?

A morfina é um medicamento potente, da classe dos opióides, indicado para o alívio da dor crônica ou aguda quando os analgésicos regulares não são suficientes para o paciente. A droga atua principalmente nos receptores opiáceos, responsáveis por mediar a dor e a sedação.

“A morfina é bem utilizada para situações em que há níveis altos de dor. Quando a analgesia normal não é suficiente para o paciente, o protocolo de tratamento de dor evolui para analgésicos opioides”, afirma o farmacêutico Alexandre Martins, conselheiro do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF/DF).

Pode causar confusão mental?

Segundo Martins, os efeitos colaterais da morfina dependem da dose administrada. Em um tratamento convencional, o medicamento pode causar tontura, vertigem, náusea, vômito e sudorese, mas é pouco provável que cause confusão mental se administrado de acordo com o protocolo de tratamento de dor.

“Na prática, quando é usada em doses normais, a morfina gera sonolência. A pessoa fica preguiçosa, mas não perde o discernimento. Ela consegue tomar decisões”, afirma Martins.

De acordo com o profissional, altas doses são indicadas para casos específicos, como o de pacientes oncológicos com dor crônica que tenham aumentado a tolerância à sedação.

“Pacientes que tomam morfina todos os dias passam a não sentir mais os efeitos e precisam ter a dose aumentada a fim de obter sedação”, esclarece.

Uma possibilidade para a confusão mental alegada pelo ex-presidente seria a interação medicamentosa, quando diferentes medicamentos são usados juntos e seus efeitos são potencializados.

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