Inca: mortes precoces por câncer de intestino devem aumentar até 2030

A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que até 2030, 27 mil pessoas morram prematuramente por conta do câncer de intestino

atualizado 31/01/2023 13:52

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Ilustração colorida mostra intestino de humano com tumores em laranja-Metrópoles Getty Images

Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê um aumento de cerca de 10% no número de mortes prematuras causadas por câncer de intestino entre pacientes de 30 e 69 anos até 2030. O estudo foi publicado na revista científica Frontiers in Oncology no dia 10 de janeiro.

Os cientistas projetaram a mortalidade por câncer no Brasil entre os anos 2026 e 2030 e compararam com o período base de 2011 a 2015. A diferença de mortes prematuras projetadas é de aproximadamente 27 mil a mais, sendo 14 mil entre homens e 13 mil óbitos entre mulheres.

Apesar de os pesquisadores terem analisado vários tipos de tumores, eles deram destaque ao câncer de instestino por apresentar o maior aumento projetado em todas as regiões brasileiras para ambos os sexos.

Entre os homens, a região Norte foi a que mais apresentou aumento projetado, totalizando 52%. Em seguida, a região Nordeste, com 37%; Centro-Oeste, com 19,3%; Sul, com 13,2%; e, por fim, o Sudeste, com 4,5%.

Já entre as mulheres, a região Nordeste lidera com um aumento projetado de 38%, seguido por Sudeste, com 7,3%; Norte, com 2,8%; Centro-Oeste, com 2,4%; e Sul, com 0,8%.

A pesquisadora da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, Marianna de Camargo, comenta que se nada for feito, o Brasil não alcançará a meta estipulada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que pretende reduzir em um terço a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis.

Aumento de casos

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA) demonstrou que a quantidade de casos de alguns tipos de câncer, como o de intestino, mama, estômago e pâncreas, tem crescido entre pacientes com menos de 50 anos. Esses tipos de tumores eram mais comuns entre pessoas mais velhas. Os resultados foram publicados na revista Nature Reviews Clinical of Oncology em setembro de 2022.

Os pesquisadores revisaram os registros de câncer de 44 países e identificaram que a incidência de início precoce da doença está aumentando rapidamente em várias nações de renda média a alta. Isso significa que não se trata de uma questão de ausência de recursos de saúde.

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019
O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado
Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)
Outros fatores são história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas
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Também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso -chamada cólon -, no reto e ânus

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De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa é de que o problema tenha provocado o óbito de cerca de 20 mil pessoas no Brasil apenas em 2019

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O mês de março é dedicado à divulgação de informações sobre a doença. Se detectado precocemente, o câncer de intestino é tratável e o paciente pode ser curado

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Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver câncer do intestino são: idade igual ou acima de 50 anos, excesso de peso corporal e alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras

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Doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco de câncer do intestino, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC)

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Outros fatores são história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas

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Os sintomas mais associados ao câncer do intestino são: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração das fezes e massa (tumoração) abdominal

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O diagnóstico requer biópsia (exame de pequeno pedaço de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada da amostra é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio)

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O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas

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A cirurgia é, em geral, o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdome. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor

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A manutenção do peso corporal adequado, a prática de atividade física, assim como a alimentação saudável são fundamentais para a prevenção do câncer de intestino

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Além disso, deve-se evitar o consumo de carnes processadas (por exemplo salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru, salame) e limitar o consumo de carnes vermelhas até 500 gramas de carne cozida por semana

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Entre os motivos citados pelos cientistas está o estilo de vida da sociedade. O alto consumo de alimentos ultraprocessados, obesidade, sedentarismo e distúrbios no sono estão entre os hábitos que favorecem o surgimento da doença.

O câncer de intestino é mais comum a partir dos 60 anos de idade e é curável desde que detectado precocemente, principalmente antes de atingir outros órgãos.

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