Covid assintomática? Estudo diz que você pode ser mutante. Entenda

Pesquisa de médicos australianos indica que uma mutação no DNA de algumas pessoas faz com que elas tenham formas assintomática da Covid

atualizado 20/07/2023 14:04

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Ilustração mostra um genoma de DNA em azul e prata Warren Umoh/Unsplash

Entre 20 e 40% das pessoas infectadas pela Covid-19 ficaram assintomáticas. Mais do que um golpe de sorte, a ciência aponta que esta espécie de imunidade às formas graves da doença pode ser explicada por uma mutação no DNA.

Não estamos falando, porém, de mutações poderosas como as da franquia X-Men. O que os pesquisadores de três universidades australianas demonstraram é a presença de uma variação em uma das proteínas do DNA, o antígeno leucocitário humano (HLA). Quem a possui pode ter defesas aumentadas contra a Covid-19.

O estudo feito com 1,5 mil pessoas foi publicado nesta quarta-feira (19/7) na revista Nature. Os participantes foram escolhidos para ter seu DNA analisado porque não tinham se vacinado contra o coronavírus.

Entendendo a mutação assintomática

As pessoas tinham uma mutação chamada HLA-B*15:01, uma pequena variação nos antígenos responsáveis por “treinar” as defesas do corpo. A maioria dos indivíduos com essa alteração teve coronavírus de forma assintomática. Segundo o estudo, a mutação está em cerca de 10% dos humanos de ancestralidade europeia predominante.

“Tínhamos a hipótese de que o sistema imunológico destas pessoas poderia reagir com tanta rapidez e força que o vírus foi eliminado antes de causar qualquer sintoma. É como ter um exército treinado a reconhecer o uniforme dos inimigos desde o início”, explica uma dos professoras responsáveis pelo estudo, Jill Hollenbach, em comunicado à imprensa.

Os cientistas acreditam que as pessoas com essa diferença no DNA formaram células com capacidade de identificar melhor o vírus e conseguiram combatê-lo logo no início, mesmo se tratando de uma doença nova.

“Supomos que esses indivíduos foram expostos a coronavírus sazonais no passado e, de alguma forma, poderiam matar rapidamente as células infectadas. Portanto, mesmo que os bandidos mudassem o uniforme, o exército ainda seria capaz de identificá-los por suas botas. É assim que nossa memória imunológica trabalha para nos manter saudáveis”, afirma um dos responsáveis pelo estudo, o professor Danillo Augusto.

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Mesmo em países com alta taxa de imunização, os vacinados podem ser infectados pela Covid-19. Apesar do que possa parecer, isso não significa que os imunizantes não funcionam

Geber86/ Getty Images
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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção

Javier Zayas Photography/ Getty Images
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No Brasil, o recente aumento de casos de Covid-19 indica que estamos entrando em uma quarta onda da doença, especialmente devido à circulação de subvariantes mais transmissíveis da Ômicron

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Alguns dos principais sintomas da Covid-19 em vacinados são: tosse, coriza e congestão nasal, fadiga e letargia, dor de garganta, dor de cabeça, dor muscular, febre e espirros

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Segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), os infectados são, em sua maioria, jovens. Além disso, segundo epidemiologistas da instituição, os casos não estão gerando hospitalizações, mas devem ser acompanhados

PhotoAlto/Frederic Cirou/ Getty Images
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A indicação continua sendo a mesma: ao apresentar alguns dos sintomas, é importante procurar uma unidade de saúde para realizar o teste da doença. Outra opção é recorrer ao autoteste da Covid, que pode ser encontrado em farmácias. Em caso de resultado positivo, manter o isolamento

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O autoteste é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa por meio da coleta do material no nariz com cotonete. O resultado sai de 15 a 20 minutos e é indicado para quem está apresentando os primeiros sintomas da doença

Images By Tang Ming Tung/ Getty Images

Os pesquisadores fizeram rodadas de teste com dois grupos de não-vacinados, mesclando pessoas que tiveram e não tiveram sintomas. Eles descobriram, na primeira rodada, que 25% dos participantes que tinham sido assintomáticos carregavam a mutação. Na segunda rodada, foram 17%.

Algumas pessoas, porém, tinham a mutação e ainda assim tiveram sintomas da doença. Entre os que tiveram sintomas, os que tinham a mutação foram 8,6% e 7% da amostra, respectivamente, em cada uma das rodadas de teste.

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