Atividade física ajuda a combater sintomas da Covid longa

Estudo inédito relata ganhos na qualidade de vida e alívio em sintomas como fadiga e dores musculares em pacientes que tiveram Covid longa

atualizado 12/07/2023 15:54

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Imagem de casal fazendo o movimento da prancha no chão - Metrópoles Getty Images

Uma pesquisa inédita feita pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) acaba de demonstrar que a atividade física melhora a qualidade de vida e ameniza os sintomas da Covid longa em pacientes que tiveram a forma grave da doença. O estudo acaba de ser publicado no British Journal of Sports Medicine.

Ainda há poucos estudos sobre os benefícios da atividade física perante os sintomas da Covid longa. Para testar a hipótese, os pesquisadores acompanharam 50 pacientes que tinham recebido alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) havia cinco meses, em média. Eles foram divididos em dois grupos: enquanto metade seguiu um programa de exercícios online, os demais serviram de controle e receberam atendimento padrão.

Durante 16 semanas, os participantes praticaram exercícios em casa, incluindo aeróbicos e de força, três vezes por semana em sessões de 60 a 80 minutos. O grupo foi parcialmente supervisionado: em alguns casos, um pesquisador acompanhava o paciente em tempo real; em outros, a pessoa seguia sozinha as orientações, mas sempre reportando os resultados.

O volume, a intensidade e a complexidade dos exercícios foram crescentes ao longo do programa, de acordo com a capacidade de cada um, à medida que evoluíam.

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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada

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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo

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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais

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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar

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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus

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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo

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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo

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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia

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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa

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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns

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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%

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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade

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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar

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Resultados

Ao comparar os resultados dos dois grupos, aqueles que fizeram exercícios tiveram uma melhora significativa na qualidade de vida e na saúde geral, além de sintomas como fadiga, fraqueza e dor muscular, em relação ao grupo controle. Os dados também sugerem ganhos na capacidade funcional, função cardiorrespiratória e pulmonar.

“Constatamos que a atividade física é um meio seguro que ajuda na recuperação dos pacientes que sofrem com os efeitos da Covid longa e que, pode, potencialmente, ser implementado em larga escala como um tratamento coadjuvante nesses casos”, diz o pesquisador Hamilton Roschel, coordenador do grupo de pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e um dos líderes do trabalho.

A chamada síndrome da Covid longa afeta algo entre 10% e 80% dos pacientes e é caracterizada quando sintomas como fadiga ou falta de ar duram mais do que 12 semanas após a infecção sem nenhuma outra explicação, afetando a qualidade de vida. Os pacientes também podem sofrer com problemas cardiovasculares, respiratórios, musculoesqueléticos, metabólicos e psicológicos.

Estudos mostram que, quanto mais grave o quadro de Covid, piores as consequências a longo prazo da doença.

“Mas, antes de começar a se exercitar, é preciso passar pelo aval médico, já que a Covid pode incorrer em sequelas mais graves, que impedem o início imediato de um programa de exercícios”, lembra Roschel. (Fonte: Agência Einstein)

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