Quatro meses após a internação para a realização do tratamento CAR-T contra o câncer, o publicitário Paulo Peregrino, de 61 anos, foi autorizado a voltar para casa, em Niterói (RJ).
Ele foi diagnosticado com câncer pela primeira vez há 13 anos e já estava desenganado quando partiu para São Paulo para fazer o tratamento inovador. O paciente agora comemora a remissão do câncer junto com família.
“Cheguei em casa no domingo. Estou retomando as atividades, mas agora sem as dores que sentia antes. Hoje, na minha vida, há espaço para o lazer, para o trabalho e pretendo retomar o projeto do meu livro. Nele, conto minha jornada contra a doença na intenção de dividir esperança”, conta Peregrino.
Em 2010, Peregrino teve um câncer de próstata e depois, em 2018, descobriu um linfoma que se espalhou por vários locais do corpo. O publicitário passou por quimioterapias e por transplante de medula óssea, mas nenhum dos tratamentos funcionou.
Ele estava prestes a receber cuidados paliativos quando, entre março e abril deste ano, foi um dos selecionados para participar dos testes da terapia CAR- T, em São Paulo. O tratamento vem sendo tocado de maneira experimental pelo Instituto Butantan, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e Hemocentro de Ribeirão Preto.
“Vou fazer um hemograma completo e uma consulta daqui a três semanas para monitorar a situação. De fato, o câncer só é considerado curado após cinco anos sem voltar a aparecer, conforme o protocolo. Mas, naturalmente, estou muito feliz com a remissão da doença”, afirma.
CAR-T
A técnica do CAR-T consiste em modificar as células de defesa do corpo do próprio paciente para que elas combatam o tumor. A remissão ocorre quando, após o tratamento, não se detectam mais células cancerígenas no corpo do paciente. Após cinco anos sem a aparição de cânceres, já é possível falar em cura.
Outros pacientes
A história de Paulo é uma entre as 13 histórias de sucesso de pacientes que passaram pela terapia celular desde a implantação da pesquisa . Todos tiveram uma redução de ao menos 60% de seus tumores e, em nove deles, houve uma remissão completa do câncer.
Ainda este ano, outros 75 pacientes devem ser beneficiados para que se atinja a cota mínima necessária para a autorização da Anvisa.
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