Empresário se prepara para tratamento CAR-T contra câncer: “Urgência em viver”

Alberto Raposo conseguiu que plano de saúde pagasse o tratamento CAR-T. Técnica é considerada o que há de mais moderno contra a doença

atualizado 17/06/2023 7:22

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Alberto Raposo Marques, 57 anos, já tentou quase tudo que seria possível contra seu câncer. Sua última esperança de alcançar a cura é em um tratamento que deve chegar ao seu ponto mais importante nesta terça-feira (20/6) quando o empresário fará uma aplicação de células de alteradas pela terapia de CAR-T em seu corpo.

O empresário Alberto Raposo Marques, 57 anos, descobriu um câncer no sistema linfático em 2020. De lá para cá, testou quase tudo para se livrar do tumor. Na próxima terça-feira (20/6), ele se submeterá à terapia CAR-T, que vem sendo celebrada como o que há de mais moderno no combate à doença atualmente.

Um caroço na virilha direita levou Alberto a obter o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin de células B. Embora não houvesse dores ou sintomas, quando ele descobriu que se tratava de um tumor, a doença já havia se espalhado pelo pescoço, axilas e quadris.

“Tentei todos os tratamentos, quimioterapia, radioterapia, fiz um transplante de medula e não funcionou. Fiquei durante toda a pandemia de Covid na minha casa, isolado. Sempre fui muito festeiro, pois estava recluso em casa na hora mais difícil da minha vida”, lembra Marques.

O empresário estava praticamente desenganado quando o médico lhe sugeriu tentar o CAR-T. Para conseguir o novo tratamento, o impedimento são barreiras burocráticas que precisam ser vencidas rapidamente. O CAR-T para o linfoma não-Hodgkin foi aprovado pela Anvisa há pouco mais de um ano, mas ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde e envolve custos de até R$ 2 milhões para ser realizado na rede particular.

O CAR-T é uma terapia altamente individualizada: células de defesa do paciente são retiradas do corpo, modificadas em laboratório e, em seguida, reintroduzidas no paciente para atacar o tumor. “Fazemos uma alteração genética nas células. O DNA é modificado de forma que as células de defesa vão atuar especificamente para encontrar o câncer e destruí-lo”, explica o médico Dimas Covas, responsável por um estudo pioneiro sobre a terapia no Brasil.

Quando seu médico lhe falou sobre o assunto, Alberto passou a estudar o CAR-T e a pensar em uma estratégia para viabilizar o tratamento. Ele pretendia entrar na Justiça para que o plano de saúde arcasse com os custos mas, para sua surpresa, não foi preciso. O aceite do convênio foi imediato.

“Sentia muita vontade de viver, mas tinha medo de não dar tempo de fazer o tratamento porque minha doença sempre evoluiu muito rapidamente. No final, acabei dando sorte. Quando soube que o meu tratamento tinha sido aprovado pelo plano de saúde sem necessidade de ir à justiça, fiquei tão feliz que não sabia nem como comemorar”, conta Marques.

Células modificadas nos EUA

Parte das células de defesa de Marques foram retiradas no final de abril, congeladas e mandadas para os Estados Unidos. Neste sábado (17/6), as células modificadas serão multiplicadas para que a aplicação seja realizada na terça-feira (22/6).

“A minha expectativa é grande, imensa. Tenho urgência em viver. Finalmente, a minha espera está acabando”, diz ele.

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Alberto e sua esposa Helena durante os primeiros tratamentos, realizados em 2020

Acervo pessoal
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Ele descobriu seu linfoma não-Hodgkin de células B em 2020, aos 55 anos

Acervo pessoal
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Em 2021, ele realizou um transplante de medula,

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Alberto e a esposa

Acervo pessoal

Acesso à terapia CAR-T

O tratamento CAR-T é destinado para cânceres que atingem o sangue. No Brasil, o método está autorizado para combater a leucemia linfoblástica B e o linfoma não-Hodgkin de células B.

O caso mais célebre onde o tratamento foi usado CAR-T é o de um paciente que atingiu remissão completa de um câncer em apenas um mês de tratamento. Aqui, estudos estão sendo realizados na USP para a implantação do tratamento na rede pública de saúde. O objetivo é criar um laboratório que consiga fazer as alterações genéticas realizadas nos Estados Unidos.

 

Na rede privada de saúde, a CAR-T  é realizada em alguns hospitais desde 2022. Os custos, entretanto, tornam o acesso praticamente impossível. É comum que os planos de saúde se recusem a cobrir o tratamento e que a demanda tenha de ser judicializada.

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