Bandana pode rastrear primeiros sinais do Alzheimer durante o sono

Equipamento rastreia os padrões de ondas cerebrais emitidas durante o sono que podem indicar sinais precoces do Alzheimer

atualizado 04/09/2023 16:16

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Universidade do Colorado/ Divulgação

Cientistas de três universidades dos Estados Unidos desenvolveram uma faixa inteligente que pode detectar os primeiros sinais de Alzheimer enquanto os pacientes dormem no conforto de casa.

O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores das universidades do Colorado, Miami e Washington, todas nos Estados Unidos. A faixa de cabeça sob medida, batizada de “rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro”, lê os padrões de ondas cerebrais que podem indicar algum sinal precoce de demência a partir de encefalografia (EEG).

Embora a causa exata do Alzheimer ainda seja desconhecida, pesquisas anteriores sugerem que a doença pode ser causada por fatores genéticos e relacionados ao estilo de vida, incluindo o sono.

Identificar o risco de desenvolver os sintomas da doença precocemente, ainda nos primeiros estágios, poderia garantir ao paciente uma melhor qualidade de vida nos anos seguintes, sugerem os pesquisadores em um artigo publicado na revista Alzheimer & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association em 23 de agosto.

Foto de bandana tecnológica em mesa- Metrópoles
Equipamento é conhecido como”rastreador de condicionamento físico para a saúde do cérebro”

“Demonstrar como podemos avaliar biomarcadores digitais para indicações precoces de doenças usando dispositivos acessíveis e escaláveis em um ambiente doméstico é um enorme avanço na detecção e mitigação da doença de Alzheimer nos estágios iniciais”, afirma o neurologista Brice McConnell, da Universidade do Colorado, em entrevista à instituição norte-americana.

O equipamento foi testado em 205 pacientes idosos, que deveriam usar as bandanas enquanto dormiam para fazer a detecção dos eventos neurais associados ao processamento da memória.

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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista

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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce

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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano

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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença

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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns

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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença

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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida

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Durante o sono, os pesquisadores encontraram mudanças nos padrões neurais que poderiam estar relacionadas ao acúmulo de placas de beta-amiloide e tau no cérebro – proteínas comumente encontradas em pacientes com Alzheimer.

“O que descobrimos é que estes níveis anormais de proteínas estão relacionados com reativações da memória do sono, que pudemos identificar nos padrões de ondas cerebrais das pessoas antes de apresentarem quaisquer sintomas”, afirma McConnell.

Futuro do diagnóstico do Alzheimer

Os autores do estudo reconhecem que a comercialização e popularização de bandanas como esta ainda são uma perspectiva para um futuro distante, até por não se saber ao certo a causa da doença. Mas eles acreditam que dispositivos como este, de uso facilitado, poderão um dia contribuir com o diagnóstico precoce do Alzheimer, o tipo mais comum de demência.

“Estamos apenas arranhando a superfície com este trabalho. Esta é uma prova inicial de que as ondas cerebrais geradas durante o sono podem ser transformadas em um biomarcador digital, e os nossos próximos passos envolvem o aperfeiçoamento deste processo”, conclui McConnell.

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