Apenas 16 alunos voltam às aulas em escola alvo de ataque em SP

Duas semanas após atentado, poucos estudantes retornaram à Escola Sapopemba; três classes do Ensino Médio eram aguardadas na manhã desta 2ª

atualizado 06/11/2023 12:32

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foto colorida de movimento de alunos em frente à Escola Estadual Sapopemba, na zona leste, no retorno às aulas duas semanas após ataque que deixou aluna morta - Metrópoles Leonardo Amaro/Metrópoles

São Paulo — Poucos alunos voltaram às aulas na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (6/11). Das 9h às 11h30 (horário especial esta semana), apenas 16 adolescentes entraram na unidade. Nesse período, eram aguardados estudantes de três classes do Ensino Médio.

O retorno acontece duas semanas após o ataque a tiros que deixou uma aluna de 17 anos morta. O atentado foi praticado por um estudante de 16 anos que está recolhido em uma unidade da Fundação Casa.

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Policiamento em frente à Escola Estadual Sapopemba, na zona leste, no retorno às aulas duas semanas após ataque que deixou aluna morta

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Cerca de 1.800 crianças e adolescentes estudam na Escola Sapopemba nos turnos da manhã, tarde e noite, segundo a Secretaria de Estado da Educação. Para o retorno desta segunda-feira, eram aguardados estudantes de três classes pela manhã. A tarde está reservada para os alunos dos 6º anos e, a noite, para todas as turmas do Ensino Médio.

Na manhã desta segunda-feira, entre os poucos estudantes que compareceram à escola, ninguém quis dar entrevistas. Funcionários também não quiseram conversar.

A pasta informou que, esta semana, a escola não vai receber a programação normal de aulas, e sim atividades de acolhimento com a presença de psicólogos.

Sobre as atividades de acolhimento, a Secretaria da Educação informou que incluem dinâmicas, rodas de conversa e apresentações de dança, teatro e música. Essas atividades serão realizadas pelas equipes das escolas parceiras.

Segundo a pasta, “haverá plantão com psicólogos do programa Psicólogos nas Escolas, uma equipe do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), além de outros profissionais que estarão na unidade para oferecer atendimentos individuais e coletivos”. As unidades de serviços básicos de saúde do município também ficarão à disposição dos alunos, funcionários, professores e familiares.

Policiamento reforçado

O policiamento em frente à unidade de ensino foi reforçado (veja abaixo). Pelo menos três viaturas da Polícia Militar patrulhavam o local: uma delas ficou estacionada permanentemente em frente à escola. As outras duas se revezavam fazendo o policiamento do bairro e o monitoramento de estudantes.

Além disso, um segurança da própria escola estava na entrada e um supervisor, no interior da unidade. A vigilância privada começou a atuar no local nesta segunda-feira.

Para receber os alunos de volta, o governo do Estado também mandou pintar a Escola Sapopemba.  Nas duas semanas em que ficou fechada, a escola recebeu reparos e reforma da quadra, tudo ao custo de R$ 900 mil. Os recursos vieram da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão do governo paulista.

Aulas a distância

Parte dos estudantes e da comunidade escolar são contrários ao retorno às aulas de forma presencial e preferiam que a escola adotasse um modelo de ensino à distância, similar ao que foi usado ao longo da pandemia de Covid-19.

Esse grupo fez circular um abaixo-assinado que recolheu 11 mil assinaturas reivindicando as aulas remotas. O Metrópoles questionou a secretaria sobre a reivindicação, mas o governo não respondeu sobre ela.

Como foi o ataque

Na manhã de 23 de outubro, uma segunda-feira, um estudante de 16 anos entrou na Escola Estadual Sapopemba armado com um revólver calibre 38 do pai para cometer um atentado. Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, morreu com um tiro na nuca, disparado à queima-roupa. Outras duas alunas de 15 e 16 anos foram atingidas na clavícula e no abdômen, respectivamente, e se recuperam sem riscos.

Giovanna não tinha contato com o autor do ataque, que foi apreendido e encaminhado à Fundação Casa. Ela havia acabado de conseguir seu primeiro emprego e, segundo amigos e familiares, sonhava em ser advogada. O jovem que a matou sofria bullying na escola por ser homossexual, já havia passado por tratamento psicológico na rede pública e registrado boletim de ocorrência por ameaças e agressões na polícia.

Como o Metrópoles revelou, o estudante compartilhou o plano de ataque em um grupo na plataforma Discord, onde foi estimulado e instruído por outros membros a cometer o atentado. Os suspeitos de participação no crime estão sendo investigados pela Polícia Civil e pelo Laboratório de Crimes Cibernéticos do Ministério da Justiça.

No dia do ataque, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi à Escola Estadual Sapopemba, lamentou a morte da aluna de 17 anos e admitiu que o estado pode ter “falhado em alguma coisa” para evitar o atentado, o segundo do ano na rede de ensino paulista.

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