Vizinho de 1º condenado do 8/1 relata ataques homofóbicos: “Bichona”

Condenado pelo STF por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, Aécio Lucio é acusado de ameaçar vizinhos em prédio na Grande SP

atualizado 18/09/2023 16:52

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Foto colorida mostra Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado no STF por atos antidemocráticos no dia 8/1 - Metrópoles Redes sociais/Reprodução

São Paulo – Um vizinho de Aécio Lucio da Costa Pereira (foto em destaque), de 51 anos, o primeiro réu condenado pelos atos golpistas de 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), afirma ter sido alvo de ataques homofóbicos do militante bolsonarista por ser de esquerda.

Em vídeo revelado pelo Metrópoles na semana passada, Aécio aparece hostilizando Vando Estrela, morador do mesmo condomínio do qual o condenado pelo STF era síndico, em Diadema, na Grande São Paulo. “Aqui, Wando Bixa, com x, porque todo comunista é analfabeto”, diz Aécio no vídeo (veja abaixo).

Em entrevista ao Fantástico, exibida nesse domingo (17/9), Vando afirmou que as questões políticas começaram a intervir na amizade dos dois e resultaram em ataques homofóbicos por parte do condenado por atos golpistas.

“A questão foi quando veio o viés político, quando ele percebeu que eu sou de esquerda, aí ele ficou irritado com isso e a gente travou muitas discussões por questões ideológicas. Me chamava de bichona. Ele ofendeu a todas as mulheres que moram nesse condomínio de bruxa velha, de laranja podre”, disse Vando

Como mostrou o Metrópoles na semana passada, outros vizinhos também registraram boletins de ocorrência contra Aécio por causa de ameaças que teria sofrido do síndico dentro do condomínio.

Segundo as vítimas, Aécio tinha o hábito de acossar, pessoalmente e pela internet, quem estivesse devendo condomínios e brigava por questões relacionadas ao dia a dia do prédio.

Uma moradora relatou à polícia que vinha sendo “perseguida” por Aécio e que era chamada de “devedora” por ele quando se encontravam na rua. Ela disse à polícia que Aécio ameaçava cortar a água dos moradores inadimplentes.

Nessas brigas, também havia componente político. Uma moradora afirmou que, após o segundo turno das eleições de 2022, recebeu mensagens de áudio e texto pelo WhatsApp nas quais Aécio dizia que, se ela aparecesse no prédio, “seria morta, porque todo comunista merece morrer”.

Condenação

Na última quinta-feira (14/9), Aécio Lucio da Costa Pereira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão, por cinco crimes relacionados à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.

Ex-funcionário da Sabesp, companhia de saneamento básico, ele foi demitido da estatal por ter participado do quebra-quebra em Brasília, para onde foi ao lado de amigos que estavam acampados em frente ao Exército em São Paulo.

A participação dele nos atos golpistas é indiscutível. Ele mesmo se filmou dentro do Senado. “Amigos da Sabesp, quem acreditou, tô aqui. Quem não acreditou, também tô aqui por vocês. Olha onde estou, na mesa do presidente”, disse, na ocasião. Com ele, foi apreendido um celular

Entre os crimes pelos quais foi condenado, estão associação criminosa armada, golpe de estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

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Em boletim de ocorrência, moradora se disse perseguida por Aécio Lucio Costa Pereira

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Morador de condomínio acusou Aécio de ameaça após segundo turno das eleições

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Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado no STF por atos antidemocráticos ocorridos no dia 8/1

Redes sociais/Reprodução

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Aécio “tentou, com emprego de violência e grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos Poderes Constitucionais, bem como depor o governo legitimamente constituído, buscando a tornada do poder por militares e a implantação de uma ditadura, porque contrário ao resultado do pleito eleitoral de 2022 e por não confiar na apuração dos votos”.

Ele foi detido ainda dentro do Congresso. À Polícia Federal (PF), o homem disse que havia chegado a Brasília naquela manhã, a convite de amigos que estavam no QG do Exército no Ibirapuera. Ele doou R$ 380 ao grupo “Patriotas”, que fretou o ônibus que o levou a Brasília, e chegou por volta das 10h da manhã do dia 8. Disse que estava lá para “lutar pela liberdade”, mas não sabia dizer se, para alcançá-la, seria necessário depor Lula. Ele negou ter danificado as dependências do Congresso.

Para fazer sua defesa no STF, Aécio contratou o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Sebastião Coelho, que advoga desde 2023. O advogado esteve em frente ao QG do Exército em Brasília na época dos acampamentos e disse no local que a solução era “prender Alexandre de Moraes” por “cometer crimes”.

Durante sua sustentação oral em nome da defesa de Aécio, o ex-magistrado voltou a atacar ministros do STF. Disse que eram as “pessoas mais odiadas do país”. E ainda usou o espaço para se dizer perseguido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Recebeu uma resposta dura do relator Alexandre de Moraes e viu seu cliente ser condenado.

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