Violência no litoral desafia turismo nas praias de SP durante verão

Estudo mostra que seis das dez cidades mais violentas de SP estão no litoral; autoridades dizem que cenário pode atrapalhar turismo no verão

atualizado 28/12/2023 21:11

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Imagem colorida mostra casal sendo abordado por grupo de jovens; um deles aponta uma arma para um homem - Metrópoles Reprodução

São Paulo Em meio ao aumento no número de assaltos e de estupros, moradores e comerciantes do litoral paulista temem que os recentes casos de violência prejudiquem o turismo neste verão.

A expectativa é a de que ao menos 1,4 milhão de carros desçam a serra e levem turistas à região só no Réveillon. Para reforçar a segurança no litoral, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou o reforço de mais de 3 mil policiais, que estão destacados desde o dia 18, na chamada Operação Verão.

O aumento do policiamento também é uma tentativa de frear a alta da criminalidade constatada pelos dados oficiais neste ano. Segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), os roubos saltaram de 11.106 casos, em 2022, para 12.911, em 2023, no litoral – uma alta de 16%. Furtos (5,2%) e estupros (8,3%) também subiram.

Um dos episódios que causa preocupação aconteceu no dia 16 e foi flagrado por câmeras (veja abaixo). Na ocasião, um grupo de bandidos aproveitou o tráfego parado e fez mais um arrastão na rodovia Cônego Domêmico Rangoni, perto da entrada para o Guarujá. Assustados, motoristas tentaram fugir pelo acostamento.

Ranking da violência

Proporcionalmente, a modalidade de crime que mais subiu no litoral foi o roubo de carga, de acordo com os dados da SSP. Foram 538 ocorrências registradas de janeiro a novembro de 2023. No ano anterior, haviam sido 196. A piora é de 174%.

Em junho, um caminhoneiro chegou a usar um extintor de incêndio para se defender de um assalto e acabou matando um dos ladrões ao atingi-lo com um golpe na cabeça. O caso aconteceu em Santos.

Neste semestre, a região da Baixada Santista também foi alvo da Operação Escudo, após a morte de um soldado da Rota, no fim de julho, que ficaria marcada pela morte de civis e por denúncias de violência policial.

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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária
Soldado da Rota foi morto quando fazia patrulhamento no litoral paulista
PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá
Viatura da Rota desce em direção ao litoral paulista
Integrante da Rota em policiamento no Guarujá
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PM da Rota Patrick Bastos Reis baleado e morto durante patrulhamento no Guarujá

Divulgação/Polícia Militar
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Policiais da Rota baleados no Guarujá foram socorridos no Pronto Atendimento Municipal da Rodoviária

Reprodução
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Soldado da Rota foi morto quando fazia patrulhamento no litoral paulista

Reprodução/Redes Sociais
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PM declara luto pela morte de Patrick Bastos Reis, policial da Rota morto no Guarujá

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Viatura da Rota desce em direção ao litoral paulista

Renan Porto/Metrópoles
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Integrante da Rota em policiamento no Guarujá

Divulgação/Rota
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Denunciados por participação na morte de PM da Rota no Guarujá: Erickson David da Silva, Kauã Jazon da Silva e Marco Antonio, o Mazzaropi

Arte/Metrópoles
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Policiais da Rota em operação em São Paulo

Divulgação/Rota
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Policiais militares comemoraram nas redes sociais mortes de suspeitos na Operação Escudo, deflragrada no litoral sul paulista após o assassinato do soldado da Rota

Reprodução

O cenário da insegurança no litoral paulista é confirmado, ainda, em pesquisa divulgada neste mês pelo Instituto Sou da Paz. Segundo o levantamento, seis das dez cidades mais violentas do estado de São Paulo ficam na região.

São elas: Peruíbe (1º), Caraguatatuba (2º), Mongaguá (3º), Ubatuba (5º), Itanhaém (7º) e Bertioga (8º). Criado pelo instituto, o Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV) mede o nível de exposição das pessoas a crimes.

Para o cálculo, o Sou da Paz considera os índices de crimes letais (homicídios e latrocínios), estupros e assaltos em municípios com mais de 50 mil habitantes. Na última edição do estudo, foram usados dados de 2021 e 2022.

Impacto no turismo

Morador do litoral, o policial civil Sílvio César Oliveira afirma que, na prática, as ocorrências não seriam tão sentidas pela população local, mas os relatos dos casos podem “gerar preocupação” em turistas.

“Essa informação prejudica o comércio local, que depende bastante desse período movimentado”, diz o investigador.

Presidente da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs), Fábio Bibão diz que as cidades do litoral têm sido “pintadas” como “reduto de violência”, o que pode “influenciar profundamente aqueles que visitam o município em busca de lazer ou negócios” e “desencadear consequências severas para a economia local”.

“Imediatamente nos vem à mente um cenário onde o crime floresce sem barreiras e a sensação de proteção é praticamente inexistente. Quem vive na região sabe que a realidade não é essa”, afirmou ao Metrópoles.

Operação Verão

Neste mês, o governo Tarcísio lançou a Operação Verão 2023/2024, que ocorre em 16 cidades do litoral sul e norte.

Ao todo, 3.108 policiais militares reforçam as atividades de policiamento na região, divididas em duas etapas — entre 18 de dezembro e 5 de fevereiro e entre 6 de fevereiro e 23 do mesmo mês.

Como mostrado pelo Metrópoles, a Ecovias prevê que entre 480 mil e 740 mil veículos passem pelo sistema Anchieta-Imigrantes, que levam às praias da Baixada Santista, até a segunda-feira (1º/1), no feriado de Ano Novo. Por causa do volume de tráfego, as duas rodovias terão Operação Descida na maior parte da semana.

A concessionária Ecopistas prevê que quase 900 mil veículos devam passar até o dia 1º pelo Corredor Ayrton Senna/Carvalho Pinto, que levam às rodovias que dão acesso ao litoral norte de São Paulo.

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