São Paulo – Horas antes do início da votação da privatização da Sabesp na Assembleia Legislativa (Alesp), nesta segunda-feira (4/12), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) recebeu, no Palácio dos Bandeirantes, quatro deputados bolsonaristas que anunciaram a formação de uma bancada paralela na Casa.
Os deputados estaduais Gil Diniz, Lucas Bove, Major Mecca e Tenente Coimbra, todos do PL, foram convidados pelo próprio governador para uma conversa durante a manhã. Segundo auxiliares, Tarcísio buscava entender melhor as demandas dos deputados.
Conforme publicado pelo Metrópoles, os bolsonaristas reclamaram de não terem sido contemplados com as emendas “extras” prometidas pelo governador a todos os deputados da base.
Com a privatização da Sabesp prestes a ser votada, Tarcísio privilegiou a liberação de emendas a parlamentares de outros partidos, incluindo o PT, sem acenos ao grupo mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político.
Cobrados para que defendam o governo na Alesp, bolsonaristas entendem que merecem tratamento especial, principalmente por terem feito campanha para Tarcísio em 2022. No entanto, o grupo tem reclamado de desprestígio ante deputados de oposição, que atacam o governador na Casa.
Bolsonaristas defendem privatização da Sabesp
Internamente, os deputados do “PL raiz” e assessores entendem que, na prática, a ala bolsonarista já atua de forma independente do restante da bancada na Alesp, mas não enxergam risco no caso da Sabesp, já que todos eles têm defendido a privatização da estatal publicamente.
O entorno de Tarcísio minimiza tanto as críticas do grupo sobre o modo de lidar com a oposição quanto as ações de “revoltas públicas” dos bolsonaristas. Para o núcleo mais próximo do governador, o Palácio conseguiu aprovar todos os projetos que quis até agora na Alesp e que, embora “muito barulhenta”, a ala governista insatisfeita é pequena.
