Alesp: bolsonaristas criam bancada paralela e Tarcísio minimiza riscos

Anúncio de que governo Tarcísio aumentará ICMS foi o estopim para que deputados bolsonaristas organizassem "bancada" independente na Alesp

atualizado 23/11/2023 23:46

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Fotografia colorida mostra Gil Diniz, Paulo Mansur e Lucas Bove no plenário da Alesp - Metrópoles Rodrigo Costa/Alesp

São Paulo – O descontentamento da ala bolsonarista com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa (Alesp), que vem se arrastando há meses, motivou a formação de uma bancada paralela de deputados para discutir, de forma independente, os projetos enviados pelo governador.

A iniciativa partiu de quatro nomes do PL que são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e que fizeram campanha pela eleição de Tarcísio em 2022: Gil Diniz, Lucas Bove, Major Mecca e Tenente Coimbra.

“Estamos formalizando um grupo que já existe e possui uma sinergia natural em torno das pautas defendidas pelo presidente Bolsonaro. O intuito é justamente de nos posicionarmos conjuntamente em defesa das nossas bandeiras e contra o que acreditamos ser prejudicial para São Paulo”, diz o deputado Lucas Bove ao Metrópoles.

O grupo também conta com o apoio de Paulo Mansur, outro bolsonarista do PL, e espera reunir entre oito e dez integrantes, incluindo deputados de outros partidos. A ideia é ter força para obstruir, se necessário, projetos de interesse do governo que não agradam aos bolsonaristas.

Os deputados citam como exemplo um projeto de lei que ainda não foi enviado à Alesp e que prevê o aumento da alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), uma decisão anunciada pelo governo paulista como necessária diante das mudanças previstas pela reforma tributária.

Para os parlamentares, que defendem o liberalismo econômico, Tarcísio descumpre uma de suas promessas de campanha, que era a redução do ICMS e também do IPVA.

Oficialmente, o grupo nega que o intuito seja o de fazer oposição ao governo Tarcísio. “Se olhar todos os deputados que estão no bloco e aqueles que estão procurando aderir, são os que têm a maior percentual de votação com o governador Tarcísio”, diz Tenente Coimbra.

Na prática, no entanto, a nova “bancada” servirá como um aceno ao eleitorado bolsonarista e também uma forma de discutir, na Alesp, pautas ideológicas das quais Tarcísio tem tentado se distanciar.

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O grupo também encontrou uma forma de fugir do apoio à reeleição do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), aliado de Tarcísio, e projeta apoio à -pré-candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que foi ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro.

“E por que não discutir numa frente ampla de vários partidos, até mesmo prioritariamente dentro do PL, às próprias eleições municipais de 2024?”, afirma Tenente Coimbra à reportagem.

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Tarcísio minimiza grupo na Alesp

Assessores de Tarcísio afirmaram ao Metrópoles que o governador enxerga a reação dos deputados da Alesp como “natural e democrática” e que não manifestou preocupação com a nova “bancada independente” saindo da sua base aliada.

O governador também disse a aliados que o grupo se antecipou e que as críticas sobre o aumento do ICMS são fruto da “má interpretação” de um texto que ainda não foi enviado à Alesp.

Entre aliados do governador, o episódio poderia ter sido evitado se os parlamentares tivessem procurado Tarcísio diretamente para tirar dúvidas e conversar.

Governistas criticam formação de “bancada”

No “PL raiz”, como é chamada a ala mais próxima do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, a informação de que os bolsonaristas articulam uma bancada paralela não foi bem recebida.

Deputados ouvidos pela reportagem disseram que, na prática, a ala bolsonarista já atua de forma independente do restante da bancada do PL na Alesp e que o intuito do grupo é colocar dúvida sobre a força do governo para aprovar projetos, especialmente diante da expectativa de aprovação da privatização da Sabesp ainda este ano.

Apesar disso, os deputados não enxergam risco no caso da Sabesp, já que todos eles, em especial Gil Diniz e Lucas Bove, estão entre os principais defensores da privatização da estatal e que uma mudança de postura em relação à empresa seria ruim para a imagem dos parlamentares.

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