São Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem se reunido com prefeitos de municípios paulistas atendidos pela Sabesp para tentar viabilizar a privatização da estatal de abastecimento de água e tratamento de esgoto, uma de suas promessas de campanha.
Nos encontros, Tarcísio tem sugerido que as prefeituras negociem em bloco os novos contratos com a Sabesp, que atende hoje 375 cidades do estado. Na maioria delas, há uma cláusula que cancela os acordos em caso de privatização, o que obriga o governo a renegociar os contratos antes de dar início ao processo.
O Metrópoles apurou que Tarcísio tem proposto aos prefeitos que não negociem os novos contratos com a Sabesp de forma individual, mas em conjunto e por intermédio do governo paulista. Segundo prefeitos ouvidos pela reportagem, o governador argumentou que a negociação em bloco permitirá ampliar o tempo de contrato de concessão.
Reuniões no palácio
As conversas sobre a privatização da Sabesp iniciaram na segunda passada (4/9) por iniciativa do próprio governo estadual. Auxiliares calculam que o governador já recebeu, até o momento, cerca de 170 prefeitos.
Os encontros são feitos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e também contam com as presenças do secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), e da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Natália Resende.
Juntos, eles têm explicado detalhes sobre os planos de privatização e respondido aos questionamentos dos prefeitos, especialmente sobre alterações das tarifas e demandas contratuais.
Acordo entre Tarcísio e Nunes facilita privatização da Sabesp
Os prefeitos têm sido recebidos em grupos divididos de acordo com as regiões do estado. Nessa segunda-feira (11/9), por exemplo, Tarcísio recebeu prefeitos de cidades da Baixada Santista, do Litoral Norte, do Vale do Ribeira e das áreas de Capivari e Jundiaí, no interior.
Tarcísio planeja fazer uma oferta de ações da Sabesp na Bolsa de Valores no modelo follow-on, com um acionista de referência, já que a companhia é de capital aberto. Com essa medida, o governo estadual deixaria de ser o acionista majoritário da empresa — atualmente, detém 50,3% das ações.
O objetivo da privatização da Sabesp, segundo Tarcísio, é investir R$ 66 bilhões até 2029, antecipando em quatro anos a meta de universalização do saneamento básico no estado.