São Paulo – A vitória de Javier Milei sobre o peronista Sergio Massa na Argentina tem movimentado as redes sociais dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo desde a noite de domingo (19/11).
Nomes situados à direita e extrema-direita no espectro político paulistano comemoram a derrota da esquerda argentina, enquanto pré-candidatos esquerdistas lamentam a chegada do ultraliberal à Casa Rosada.
O deputado federal Ricardo Salles (PL), que articula a saída de seu partido para disputar a eleição municipal, fez uma série de publicações celebrando a vitória de Milei e associando o resultado do pleito argentino a uma possível retomada de Donald Trump e Jair Bolsonaro (PL) ao poder.
Em um vídeo publicado no Instagram, Salles afirmou que Milei dará um “choque de capitalismo na Argentina”. Nos stories, o ex-ministro de Bolsonaro aparece estourando uma garrafa de champanhe e dizendo “Fora esquerda”.
Salles também compartilhou uma publicação em que comenta a “promessa” de Milei de acabar com o que chama de “castas políticas” na Argentina e disse que quer “o mesmo para São Paulo”.
Em busca dos votos de eleitores da direita e extrema-direita na disputa pela reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também parabenizou Milei neste domingo, em um post na rede X, o antigo Twitter.
“Novos rumos para a Argentina. Parabenizo Javier Milei pela vitória na eleição. Desejo sucesso no mandato frente aos grandes desafios em uma Argentina que tem inflação de 120% e 40% da população dentro da linha da pobreza”, disse Nunes.
Em segundo lugar na última pesquisa Datafolha, com 24% das intenções de voto, o prefeito tenta conseguir o apoio de Bolsonaro para alavancar a candidatura, mas tem tido dificuldades em firmar uma aliança com o político.
Kim Kataguiri (União Brasil) e Marina Helena (Novo) também fizeram publicações celebrando a vitória do ultraliberal Milei.
“Javier Milei derrota esquerda e é o novo presidente da Argentina. Que Milei consiga recuperar a economia argentina, em frangalhos após 4 anos de esquerda no poder. Boa sorte aos hermanos!”, afirmou o integrante do MBL, no Instagram.
Na rede social X, Kataguiri retweetou uma publicação ironizando uma postagem da União Nacional dos Estudantes (UNE) sobre o tema. No post, a UNE lamenta a vitória de Milei com uma charge em que a personagem Mônica, dos quadrinhos de Mauricio de Sousa, abraça Mafalda.
“Se a UNE está triste, eu estou feliz”, diz o tweet feito pelo deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil) e compartilhado por Kataguiri.
Já Marina Helena compartilhou um vídeo em que pessoas comemoram o resultado e escreveu: “Viva la libertad, carajo! Sucesso, Milei. Que seja o início de uma nova era de liberdade na Argentina. Torcendo pra que essa onda chegue em breve ao Brasil”.
Na outra ponta do espectro político, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) chamou a ascensão de Milei à Casa Rosada de “tragédia”.
“A eleição de Javier Milei é a repetição de uma tragédia. Será uma batalha duríssima, mas não tenho dúvidas que nossos irmãos argentinos resistirão com muita firmeza às cenas de um filme que já conhecemos aqui no Brasil”, disse o pré-candidato do PSOL na rede social X, antigo Twitter.
Líder da última pesquisa Datafolha com 32% das intenções de voto, Boulos afirmou que os argentinos terão apoio “na luta contra o facismo e na defesa da democracia”.
Também de esquerda, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) foi a última a se pronunciar sobre o pleito. Na tarde desta segunda, ela disse na rede social X que Milei representa “tudo aquilo que eu não acredito”.
“A Argentina foi às urnas e elegeu democraticamente Javier Milei como seu presidente. Milei representa tudo aquilo que eu não acredito, mas a vontade do povo é soberana. Desejo que o novo governo tenha êxito em superar a grave crise econômica e social que o país enfrenta”, disse a pré-candidata, que figura em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.
Tabata afirmou ainda que “nenhum país poderá prosperar estando dividido” e que um líder deve ter maturidade para governar para todos. “Espero que o respeito às instituições, o discurso equilibrado e o foco em resolver os problemas estejam nas prioridades da gestão”, disse a política.
