São Paulo – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), busca a ajuda dos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para viabilizar a tarifa zero nos ônibus da capital paulista, uma das apostas para pavimentar sua reeleição no ano que vem.
“O financiamento é fundamental. Não é possível que os governos federal e estadual lavem as mãos e deixem essa questão só com os municípios”, disse Nunes nesta quarta-feira (3/5), durante encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), no Rio de Janeiro.
Em dezembro do ano passado, Nunes já havia utilizado outra reunião da frente para tentar convencer mais prefeitos a adotar a medida. Ele vem conduzindo estudos para zerar as tarifas nos ônibus da capital paulista – os custos mínimos são estimados em R$ 10 bilhões por ano.
No mês de março, a Prefeitura recorreu ao setor privado e publicou um chamamento público pedindo “projetos, levantamentos, investigações e estudos voltados à colaboração quanto à implantação do ‘Projeto Tarifa Zero’ no Sistema de Transporte Coletivo Público de Passageiros”.
“Os estudos não foram finalizados, mas alguns passos ainda precisam ser tomados como, por exemplo, alterações na legislação federal para que a gente possa ter fontes de recursos para implantar o transporte gratuito”, acrescentou Nunes nesta tarde.
Trunfo eleitoral
O tema vem sendo debatido na Câmara Municipal, em uma subcomissão da Comissão da Finanças e Orçamento. No entanto, vereadores observam que há a possibilidade de a medida não ser viável e já discutem, como alternativa, um plano para manter a cobrança, mas reduzindo o valor da tarifa – congelada em R$ 4,40 desde 2020.
O prefeito também sofre forte pressão de um dos principais aliados, Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal, para viabilizar a medida. O vereador é ligado a empresas de ônibus da zona sul da cidade e já disse que se a proposta não sair do papel o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) vai se eleger prefeito no ano que vem.
Para Nunes, que busca se reeleger nas eleições de 2024, uma eventual aprovação da tarifa zero pode virar um trunfo eleitoral para uma gestão que ainda tenta imprimiri a sua marca — ele assumiu a Prefeitura da capital em maio de 2021, após a morte do então prefeito Bruno Covas (PSDB).
