São Paulo — Embora venha recebendo sinais cada vez mais fortes de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua campanha pela reeleição, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), descarta abrir espaço para representantes do bolsonarismo no primeiro escalão da Prefeitura.
Como o Metrópoles mostrou, os bolsonaristas começaram a pressionar Nunes por cargos na administração municipal em troca do apoio à reeleição. O grupo já está insatisfeito com a falta de espaço no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), afilhado político de Bolsonaro.
Nunes vem dizendo que o PL, partido de Bolsonaro, já faz parte de seu governo. O partido controla a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, com Rodrigo Ravana, e a bancada da legenda na Câmara Municipal, liderada por Isác Felix, é considerada uma das mais fiéis ao prefeito.
Além disso, o prefeito mantém bom diálogo com outros caciques do PL, como o deputado federal Antonio Carlos Rodrigues e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do partido.
Auxiliares do prefeito afirmam, no entanto, que os bolsonaristas ainda não fizeram nenhum pedido explícito de cargos.
O entorno de Nunes calcula que os bolsonaristas devem receber acenos de outros candidatos e que o apoio do grupo é relevante não só pelos votos que Bolsonaro pode agregar, mas, principalmente, para evitar que o bolsonarismo lance uma candidatura própria. Nesse cenário, a desistência do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) em disputar a Prefeitura foi uma vitória para o atual prefeito.
Já aliados próximos ao ex-presidente afirmam que o apoio a Ricardo Nunes é fundamental porque só o prefeito é capaz de evitar, na avaliação deles, a vitória do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), principal nome da esquerda na disputa e que vem liderando as pesquisas de intenção de votos.
