São Paulo – O Tribunal de Justiça Militar (TJM) acatou denúncia de duplo homicídio qualificado, feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), contra o sargento Cláudio Henrique Frare Gouveia (foto de destaque), de 53 anos.
Ele matou com um fuzil calibre 556 o seu superior hierárquico, o capitão Josias Justi da Conceição Júnior, e o sargento Roberto Aparecido da Silva, dentro da 3ª Cia. do 50º Batalhão da PM em Salto, interior paulista, em 15 de maio.
O motivo para o crime seria a insatisfação com a escala de trabalho. A denúncia foi encaminhada ao TJM no último dia 15, pela promotora de Justiça Militar Giovana Guerreiro.
“Ele foi denunciado pela prática de dois homicídios duplamente qualificados – pelo motivo fútil e pelo recurso que impossibilitou a defesa das vítimas”, afirma trecho da denúncia.
A promotora acrescentou ainda que dos 23 tiros dados pelo PM nove atingiram o capitão e quatro o sargento.
A denúncia foi aceita, ainda no dia 15, pelo juiz José Álvaro Machado Marques, da 4ª Auditoria Militar.
A primeira audiência do sargento, que permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana, está agendada para o próximo dia 29.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a PM foram questionadas sobre medidas de apoio aos familiares dos policiais assassinados. Também foram inquiridas sobre medidas administrativas tomadas contra o sargento preso. Nenhum posicionamento havia sido encaminhado até a publicação desta reportagem.
Insatisfação
O Metrópoles apurou na ocasião do crime que Gouveia já tinha histórico de reclamação com a escala de trabalho, ficou descontente com uma mudança determinada no batalhão e alegou que precisava daquele dia de folga para resolver uma questão familiar. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo seu superior.
Na manhã do dia dos homicídios, ele chegou à 3ª Companhia do 50º Batalhão de Polícia Militar do Interior, pegou o fuzil e pediu para que todos os policiais saíssem da unidade.
Em seguida, trancou a porta e foi até a sala do capitão Josias Justi, onde também estava o sargento Roberto, que ajudava o comandante a despachar documentos. Ambos foram fuzilados. O atirador se entregou após o crime, sem oferecer resistência.