São Paulo – Dario Gabriel Costa Viveiros, de 25 anos, foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por dupla tentativa de homicídio. Ele, que era foragido da Justiça, tomou a arma de um policial durante uma abordagem e atirou contra dois PMs, no último dia 1º, na zona leste da capital paulista.
Em sua denúncia, a promotora Luciana André Jordão Dias, afirma que além da dupla tentativa de homicídio, Dario pode responder por roubo e receptação, já que com ele foi encontrado, na ocasião, um celular roubado em novembro de 2022.
“Inicialmente, ao ser avisado de que seria levado à delegacia, o homem fingiu colaborar com os agentes de segurança, mas pegou a arma de um deles e fez vários disparos. Um dos policiais foi atingido no rosto, enquanto o outro acabou alvejado nas pernas e no abdômen”, afirma trecho de nota da Promotoria do 1º Tribunal do Júri.
A promotora Luciana André destaca na denúncia, apresentada nesse domingo (11/6), que os homicídios dos policiais só não ocorreram “por circunstâncias alheias à vontade do acusado, uma vez que o carregador da arma caiu, impedindo outros disparos.”
Dario feriu o soldado Cleison Santos de Matos, de 31 anos, com um tiro na face. O policial Robert Castro Abreu, 36, foi atingido com um disparo na perna direita e outro na região do abdômen. Ambos foram internados no Hospital das Clínicas (HC).
Robert teve alta médica no último dia 8. Já Cleison, atingido por um tiro no rosto, seguia internado e “em plena recuperação”, de acordo com a última atualização enviada à reportagem pela Secretaria da Segurança Pública.
Dario, cuja defesa não foi encontrada até a publicação desta reportagem, foi preso horas depois na mesma região, após ser reconhecido pela mãe. Outro suspeito, abordado junto com Dario pelos PMs, é um adolescente de 17 anos. Ele foi ouvido na delegacia e depois liberado.
Veja o vídeo da abordagem:
Quem é o atirador
Dario estava foragido do sistema carcerário havia pouco mais de dois meses, quando foi preso. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo afirmou, em nota enviada ao Metrópoles, que ele cumpria pena por tráfico de drogas, em regime semiaberto, desde 16 de janeiro deste ano no Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá, no litoral paulista.
O criminoso foi beneficiado com uma saída temporária em 20 de março, não retornando mais ao sistema carcerário. Desde então, era considerado foragido.
Depois de preso, ele justificou não ter retornado da saída temporária: “Me atrasei e não voltei.”
Dario foi preso por tráfico de drogas em novembro de 2019 na zona leste de São Paulo, mesma região onde reagiu à abordagem policial. Na ocasião, o traficante foi flagrado com porções de maconha, cocaína e crack.
Em julho de 2020, a defesa de Dario entrou com pedido de habeas corpus, para ele responder em liberdade. O pedido foi negado pela Justiça, em janeiro de 2021.
Naquela época, o traficante cumpria pena em Diadema, no ABC. Depois, foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Cruz, a 558 km da capital paulista.
Na unidade do interior, ele cumpriu pena em regime fechado até janeiro deste ano. No dia 16 daquele mês, progrediu para o semiaberto e foi transferido para a cadeia de Mongaguá, de onde saiu e não voltou, em março.
