São Paulo — Em meio ao derretimento do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua candidatura, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), fez um evento cercado de apoiadores na zona leste, nesta quinta-feira (14/9), e tomou café da manhã com o líder da bancada do PT na Câmara, vereador Senival Moura.
Nunes disse, em entrevista, que ainda espera contar com o apoio de Bolsonaro, mas afirmou também que “governa para todos”, ao ser questionado sobre a companhia do petista na sua agenda, em Guaianases.
“Essa gestão dialoga com todos, governa para todos. É isso que a cidade deseja, é o que a cidade quer. Não dá para você governar para um setor ou para outro”, afirmou Nunes. “As demandas que os vereadores trazem, sejam de qualquer partido, para atender a população, eu tenho atendido”, completou o prefeito, destacando que vereadores de outros partidos também estavam na agenda.
“Com relação ao presidente Bolsonaro, eu desejo muito o apoio do presidente, mas evidentemente no tempo dele. Se ele vier me apoiar e se, por acaso, ele não me apoiar no primeiro turno, vou aceitar de uma forma natural, não vou ter nenhum problema com relação a isso. Mas meu desejo, se dependesse só de mim, eu teria o apoio do presidente Bolsonaro já no primeiro turno”, disse.
Nesta quinta-feira, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Bolsonaro na qual ele afirma que pode apoiar uma candidatura própria do PL à Prefeitura no primeiro turno e Nunes apenas no segundo.
Aliados do prefeito festejaram o fato de o ex-presidente já colocar Nunes no segundo turno na entrevista.
Apoio petista
O vereador Senival Moura disse ao Metrópoles que esteve no ato público de Nunes porque Guaianases é seu berço político e ele não poder recusar o convite do prefeito. “Eu cheguei aqui não tinha nem esse mercado”, disse, em referência ao Mercado Municipal de Guaianases, onde o evento ocorreu.
O evento da Prefeitura do bairro, para promover uma série de serviços sociais, contou com centenas de aliados de Nunes e teve ares de corpo a corpo de campanha eleitoral.
Senival faz parte da ala do PT que representa metade dos vereadores da bancada da cidade e que defendeu o lançamento de uma candidatura própria pela legenda no ano que vem.
O grupo foi derrotado pela parte majoritária da sigla que preferiu endossar o acordo feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que deve se lançar candidato.
