Butantan desenvolve pomada “supercicatrizante” com fungo da Caatinga

Testes mostram que a pomada do Butantan é capaz de curar feridas sem deixar queloides; farmacêutica já trabalha na produção do medicamento

atualizado 17/08/2023 11:59

Compartilhar notícia
na foto, pesquisadora do Instituto Butantan em laboratório do local, segura tubo de ensaio; ela veste um jaleco branco Marília Ruberti/Comunicação Butantan

São Paulo – O Instituto Butantan, de São Paulo, informou nesta quinta-feira (17/8) que está desenvolvendo uma pomada com alto poder cicatrizante cujo princípio ativo é produzido por uma espécie de fungo isolado da Caatinga. Os testes apontam que a formulação cura feridas sem deixar queloide.

Resultados do estudo pré-clínico, feito em parceria entre pesquisadoras do Laboratório de Desenvolvimento e Inovação (LDI) do Butantan e a startup BiotechnoScience Farmacêutica, mostram que a formulação sustentável é segura e capaz de regenerar o tecido da pele machucada de forma muito eficiente, sem induzir a formação de cicatrizes.

A pesquisadora do LDI Ana Olívia de Souza iniciou os estudos em 2010, ao isolar um fungo da família Pleosporaceae, presente na vegetação da Caatinga, existente em vários estados do Brasil.

Segundo a cientista, o bioma foi selecionado por ser ainda um ambiente pouco estudado e por ter uma rica biodiversidade, tanto em vegetais como em espécies de microrganismos.

“Ao serem testadas com relação ao efeito antitumoral, ou seja, a capacidade de matar as células causadoras de câncer, surgiu a hipótese de que uma das moléculas poderia ter efeito na regeneração celular, que é um processo relacionado à cicatrização de feridas”, conta Ana Olívia.

Com esta hipótese, novos estudos foram conduzidos in vitro em células endoteliais e fibroblastos para testar o efeito e o mecanismo de indução da regeneração celular. Em 2018, após resultados positivos, o Butantan entrou com o pedido de patente de uma formulação com ação cicatrizante junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Normas da Anvisa

A patente poderá ser licenciada para a BiotechnoScience Farmacêutica, que possui um acordo de colaboração e de compartilhamento de infraestrutura para utilizar os laboratórios do Butantan.

A farmacêutica está desenvolvendo o produto de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para registro de produto dermatológico. No momento que for comercializá-lo, a empresa depositará royalties ao Butantan.

 

Compartilhar notícia
Tá bombando
Últimas notícias
  • JWPLAYER

    <div style=”position:relative;overflow:hidden;padding-bottom:56.25%”><iframe src=”https://cdn.jwplayer.com/players/yuagbah7-UoHZWlYw.html” width=”100%” height=”100%” frameborder=”0″ scrolling=”auto” title=”CBMDF combate queimada em mata próxima a Papuda.mp4″ style=”position:absolute;” allowfullscreen></iframe></div> Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram. Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente. Faça uma […]

  • JWPLAYER

    Aqui vai o embed: Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar