O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (27/9) que, mesmo que o governo não consiga cumprir a meta de zerar o déficit primário do Brasil em 2024, esse objetivo deve ser buscado.
O chefe da autoridade monetária participa de uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
“O importante é persistir na meta (de zerar o déficit). Apesar de todo mundo entender a dificuldade de atingir a meta e de ser muito difícil de cortar gastos, é importante persistir. A nossa mensagem é de persistência, o que está bem alinhado com o que o ministro Haddad tem dito”, afirmou Campos Neto.
“Mesmo que a meta não seja cumprida exatamente, os agentes econômicos verão o esforço na direção de cumprir a meta”, completou o presidente do BC.
Pressão sobre Haddad
Recentemente, o ministro Fernando Haddad reconheceu que a meta do déficit zero em 2024 é “desafiadora” e “põe pressão” sobre o governo.
A meta, considerada cada vez mais improvável por analistas, foi mantida no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024, encaminhado ao Congresso. Se ela for cumprida, o governo terminará o ano que vem com despesas equivalentes às receitas e sairá do vermelho.
“A equipe está muito empenhada em obter os melhores resultados possíveis. Não vamos abdicar das nossas metas em virtude da dificuldade. Se houver qualquer tipo de frustração aqui ou ali, vamos tomar medidas para repor o que possa se frustrar”, afirmou Haddad em entrevista coletiva no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo.
