O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a elogiar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual na última reunião, concluída nesta semana. A Selic passou de 13,75% para 13,25% ao ano.
“Queria elogiar mais uma vez a decisão do Copom. À luz de tudo que eu recolho de informações, a decisão vai na direção correta de harmonizar a política fiscal com a política monetária” afirmou Haddad, nesta sexta-feira (4/8), em entrevista coletiva no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo.
“Eu imaginava que um corte de 25 pontos-base (0,25 ponto percentual) poderia ocorrer até maio ou junho, mas, como não houve nenhum corte no primeiro semestre, eu estava convencido, pela atividade econômica, pela queda da arrecadação e por tudo o que eu estava ouvindo de empresários, de que havia espaço para corte”, disse o ministro da Fazenda.
Em tom de apaziguamento, o chefe da equipe econômica afirmou que mantém conversas com o presidente do BC, Roberto Campos Neto – um dos alvos preferenciais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT nos últimos meses.
“Todas as conversas que eu tenho com o Campos Neto são sempre sobre economia. Nós trocamos informações, eu passo os dados para ele e ele passa para mim. Nós trocamos impressões”, relatou Haddad.
Questionado se havia se surpreendido com o fato de Campos Neto ter sido o autor do “voto de minerva” na reunião do Copom – que definiu o placar em 5 a 4 (cinco integrantes favoráveis ao corte de 0,5 ponto percentual e quatro favoráveis à redução de 0,25 ponto percentual) –, Haddad demonstrou bom humor.
“Eu queria que fosse 6 a 3, queria que fosse 9 a 0, mas foi 5 a 4”, disse. “O que eu sempre disse é que havia espaço e o corte precisava vir. A economia estava desacelerando muito e ainda está desacelerando.”