Ao participar da audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (28/3), o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney Menezes Ferreira, afirmou que a crise que atinge a Americanas não foi causada pelos bancos – que estão entre os maiores credores da varejista.
A Americanas enfrenta a maior crise de sua história após a descoberta de um rombo contábil bilionário, entrou em recuperação judicial e tem dívidas acumuladas de R$ 42,5 bilhões com quase 10 mil credores.
Apenas entre os cinco maiores bancos do Brasil, segundo a própria companhia, a dívida da Americanas saltou de R$ 13,1 bilhões para R$ 15,2 bilhões.
“Os bancos credores não deram causa a esse grave problema da Americanas. Mas estamos aqui porque queremos contribuir para a solução dessa crise, que afeta o setor do varejo, de muita relevância para a economia”, disse o presidente da Febraban aos senadores.
“As instituições financeiras foram vítimas de uma gestão que adotou práticas contábeis que ocultaram a verdadeira situação patrimonial da empresa”, completou Isaac.
Em sua fala à comissão, o presidente da Febraban disse não ver uma ameaça ao setor bancário, como um todo, em relação ao crédito. “O setor bancário tem capacidade de dar respostas em momentos de crise. A situação ainda está bem localizada. Não enxergo que exista uma crise de crédito”, afirmou.
Isaac afirmou ainda que a Febraban está à disposição para ajudar no acordo entre os bancos credores e a Americanas.
“A Febraban apoia toda e qualquer iniciativa que procure conciliar interesses e possa levar a uma composição entre credores e fornecedores, para que os bancos possam continuar alavancando o setor do varejo”, afirmou. “Nossa postura é construtiva e colaborativa. Não estamos aqui para apontar culpados.”
Em relação às eventuais irregularidades na Americanas, Isaac Sidney disse que a Febraban confia no trabalho de investigação pelos órgãos competentes.
“Nós confiamos que as instâncias administrativas e o Poder Judiciário se encarregarão de elucidar os fatos e apurar quem foram os responsáveis por omitir a situação patrimonial da Americanas”, concluiu.
