O ex-diretor da Americanas José Timotheo de Barros rebateu as acusações feitas pela atual direção da companhia, que atribuiu à gestão anterior a responsabilidade por fraudes em balanços financeiros da varejista.
Por meio de nota, a defesa de Barros classificou as acusações como “inverdades” e disse que a apresentação dos documentos pelo atual CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira, à CPI da Americanas no Congresso Nacional foi feita de “forma leviana”.
“O fato relevante informado ao mercado contém inverdades e faz acusações que precisarão ser provadas. No mesmo dia, baseado em documento elaborado de modo parcial para perturbar as apurações, trechos do que seria parte de relatório de investigação feita pelos advogados da empresa (não pelo comitê independente) foram mostrados de maneira leviana em comissão do Congresso Nacional, apresentando meras opiniões de suspeitas como verdades”, diz a defesa de Barros.
Ainda segundo a nota, “todas essas situações serão objeto de devida apuração pelas autoridades competentes a partir de requerimentos formais a serem feitos pela defesa de José Timotheo de Barros”.
Entre os documentos apresentados por Pereira à CPI, estão e-mails com trocas de mensagens entre executivos. Segundo o CEO da Americanas, há provas de falsificação de documentos de supostos fornecedores, com descontos comerciais inexistentes, além de cartas pedindo a bancos que retirem informações sobre operações de risco sacado de informações comerciais.
Relatório aponta envolvimento de diretoria anterior
Um relatório elaborado por assessores jurídicos e apresentado ao Conselho de Administração da Americanas apontou que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior.
Segundo a varejista, os efeitos das supostas fraudes contábeis ainda estão sendo investigados, “mas a expectativa da administração é que o impacto nos resultados mais recentes seja significativo”.
O relatório apresentado ao conselho teve como base uma série de documentos entregues pelo comitê de investigação independente que apura o caso Americanas.
A crise na Americanas
A Americanas está em processo de recuperação judicial, com dívidas que ultrapassam R$ 50 bilhões. Em janeiro, foi descoberto um rombo contábil de R$ 20 bilhões nas contas da empresa, o que levou credores a exigirem pagamento antecipado. O cenário fez a companhia pedir recuperação judicial para evitar uma falência imediata.
Nas últimas semanas, a varejista vem buscando um acordo com credores para pagamento dos compromissos. Após uma versão do plano de recuperação judicial ter sido rejeitada por detentores de debêntures (títulos da dívida da empresa), novas assembleias devem ser realizadas no fim de junho.