Os ativos brasileiros na bolsa de valores caminham para ser destaque na América Latina no segundo semestre, na visão de analistas do banco JPMorgan.
Em relatório a clientes nesta sexta-feira (16/6), os analistas Emy Shayo e Cinthya Mizuguchi projetam que o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, chegue a 130 mil ou 135 mil pontos no fim do ano.
Atualmente, o Ibovespa opera em torno de 119 mil pontos.
Os analistas apontam que a bolsa brasileira deve se beneficiar de um cenário macroeconômico mais favorável, com queda de juros prevista para os próximos meses e inflação caindo mais do que o esperado.
“A história é bastante clara, simples e fácil de entender – taxa de juros mais baixas e valuations baratas”, diz o relatório.
Queda de juros
Os analistas apontam ainda que a queda de juros deve ajudar a reduzir o “ruído” político em torno da economia.
A taxa básica de juros, a Selic, está hoje em 13,75%, seu maior patamar desde 2016. A decisão do Banco Central em não alterar a taxa de juros nas últimas reuniões tem gerado embates com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Uma flexibilização [monetária] está chegando, e também faria maravilhas para domar o ruído político residual em torno da política econômica”, afirmaram os analistas do JPMorgan.
Na bolsa, ativos brasileiros negociam com 40% de desconto em relação a pares emergentes. O JPMorgan tem recomendação de exposição “acima da média” (overweight) a ações brasileiras.
O relatório cita também a mudança na perspectiva da nota de crédito do Brasil, que foi alterada de “estável” para “positiva” nesta semana pela agência de classificação de risco S&P Global.