A Boeing inaugurou nesta quarta-feira (4/10) um centro de pesquisa e tecnologia, no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos, no interior paulista. A fabricante americana de aeronaves instalou-se num prédio de oito andares, com dois deles já ocupados e 500 engenheiros contratados. A estimativa é que o espaço seja preenchido até novembro.
O centro de desenvolvimento brasileiro conecta-se a outras unidades da empresa espalhadas pelo mundo. Ele se enquadra na estratégia da companhia de formar uma rede de cooperação global, para atender ao mercado de aviação comercial, que deve movimentar US$ 8 trilhões nos próximos 20 anos.
O Brasil é o sexto país ou região global a receber um centro de pesquisas avançadas da Boeing fora dos Estados Unidos. A lista inclui a Europa, a Austrália, a Índia, a China e a Rússia.
A escolha de São José dos Campos levou em conta o fato de o município paulista ser um importante polo da indústria de defesa e aeronáutica. A cidade abriga a Embraer, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), da Aeronáutica, além de diversos fabricantes do setor aeroespacial brasileiro.
Foco da pesquisa
De acordo com o presidente para a América Latina e Caribe da Boeing, Landon Loomis, o Brasil é um “polo estratégico” para a empresa. Alguns dos principais focos do novo centro de pesquisas serão os biocombustíveis sustentáveis para aviação, o gerenciamento avançado de tráfego aéreo, o sensoriamento remoto, além de metais e biomateriais avançados.
O investimento da companhia americana abalou o mercado de trabalho do setor no Brasil. O Boeing foi processada pela contração em massa de engenheiros brasileiros. A estimativa é que, nesse processo, a Embraer tenha perdido cerca de 120 profissionais graduados para a concorrente. Em relação a esse tema, Loomis afirmou que a companhia está no país para abrir vagas e fortalecer o ecossistema local.