O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a falar sobre a necessidade de uma reforma no sistema de crédito no país, com medidas como a democratização do acesso e o incentivo à concorrência.
O tema já havia sido abordado por Haddad na segunda-feira (30/1), após reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Nesta terça-feira (31/1), o ministro participou de um encontro promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
“A questão do crédito entrou na ordem do dia. Estamos com uma taxa de juros de 13,75% ao ano e uma preocupação com uma eventual retração do crédito no Brasil”, disse Haddad, na saída da reunião com os banqueiros.
“Temos uma agenda rápida para o crédito no país: sistema de garantias, diminuição do spread e melhoria do ambiente de concorrência, para que haja mais crédito barato no Brasil”, prosseguiu Haddad.
Segundo o ministro da Fazenda, “o crédito caro é um grande impedimento para o crescimento econômico e impede os negócios”.
Desenrola
Em conversa com os jornalistas após a reunião na Febraban, Haddad reiterou que o programa Desenrola – para renegociação de dívidas – está em reta final de elaboração pelo governo e deve ser apresentado em fevereiro.
“O Desenrola já vem sendo discutido com os bancos desde a segunda semana de janeiro”, disse Haddad. “Vai ser apresentado na semana que vem ao presidente Lula e deve ser lançado em fevereiro.”
Reforma tributária e arcabouço fiscal
Em relação ao encontro na Febraban, Haddad afirmou que um dos principais temas discutidos nesta terça foi a reforma tributária, considerada a grande prioridade da agenda econômica no primeiro semestre.
“A agenda é a mesma: a reforma tributária, que já poderia ter sido votada e não foi. Temos deputados e senadores que estão tomando posse, mas há nas duas Casas um ambiente favorável e isso tem um impacto muito forte no crescimento econômico”, projetou o ministro.
“A reforma vai melhorar a vida das empresas, da indústria e dar mais transparência para o sistema tributário”, continuou Haddad. “A segunda coisa é o arcabouço fiscal. Vamos mandar uma nova regra fiscal para o Congresso. Estamos dando tempo para a equipe econômica formular uma proposta. Isso também dará segurança e previsibilidade para os agentes econômicos.”